O colunista Bruno Perin conta como foi a sua experiência ao perceber que muitas pessoas têm medo de se arriscar e ficam com receio de inovar ao empreender


O entusiasmo com o empreendedorismo é realmente promissor, você nota a semelhança ao comparar a situação com crianças em uma festa que enxergam aquele brinquedo legal, diferente, bonito, mas vão se aproximando aos pouquinhos, com olhar de desconfiança, passo a passo, notando os outros brincarem até ficarem do ladinho apenas observando e gradativamente surgindo a vontade de “quero também”.

Muita gente está nesse processo de descobrir que existe mesmo essa possibilidade de empreender. Não é que as pessoas não soubessem que é possível abrir um negócio, mas até então era tão distante esse caminho, que nem entrava na sua mente trilhá-lo.

Ver cada vez mais pessoas empreendendo, iniciando com muito pouco, trabalhando em áreas que gostam, fazendo atividades mais interessantes e projetos mais significativos, levantou a questão – Será que eu também posso?

As pessoas ainda estão aceitando que para elas também é possível, por isso que notei muitos entusiastas, animados, mas a maioria dizendo… “ainda não é o momento” “tenho que esperar um pouco mais”

O momento certo, perfeito, nunca vai existir… Mas, é animador ver cada vez mais e mais eventos acontecendo para falar do assunto e inspirar as pessoas a trazerem suas ideias para o mundo. É empolgante, em um momento de tanta decepção, pensar no que pode acontecer quando isso começar a ser ainda mais rápido e envolvente.

Além deste entusiasmo com o assunto notei que existe um grande vilão – o senhor que impede grande parte das ações até agora é o risco.

Só que a questão é um pouco estranha. Pois, a maioria das pessoas fala o quanto gostariam de algo diferente em suas vidas, usar melhor seus talentos, colocar energia em algo que se orgulhe e seja significativo, porém, estão querendo essas mudanças sem risco – não faz sentido. E parece que neste instante, o “querer” fica menor do que o medo, infelizmente.

Aquela máxima de que “tudo pode dar errado” e “o que os outros vão pensar” tomam conta da maioria dos aspirantes ao empreendedorismo, deixando no pensamento de “ainda não é o momento”.

A ideia do mundo das Startups que errar é se aproximar do acerto e não algo ruim, ainda precisa ser melhor trabalhada. A admiração das pessoas que ousam e falham, incentivando-as a tentar novamente também deve receber mais atenção.

Por fim, esse mesmo medo do risco, acaba por conduzir alguns ousados que resolveram empreender, irem por caminhos mais certos já trilhados. Apostando em modelos de negócio já testados e tradicionais. Tanto que uma das perguntas mais feitas para mimfoi: “Bru, e as Startups, o que tem visto?”

Exatamente, tenho visto muito pouco, quase nada. O medo de fazer algo completamente incerto, de tentar o improvável ainda é muito alto. As pessoas preferem tentar algo mais seguro e depois quem saber algo mais diferente, mas raramente o fazem.

Portanto, nesses primeiros dias, cheguei a impressão que estamos indo em fases, ainda mostrando que empreender está mais próximo de todos e que as pessoas deveriam tentar mais. A questão da ousadia, de ir para o lado das Startups que causam a disrupção e impactam ainda me parece que vai ficar com alguns poucos mais doidos que gostam da sensação de correr o risco ou pensam que ele vale para fazer grandes mudanças… Porém, vamos torcer e ter esperança, a passos lentos, neste sentido o futuro parece promissor.  

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Bruno Perin

Bruno Perin, empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Graduado em administração de empresas pela UFSM, especialista em Marketing Experience, pesquisador em Neuromarketing e Startups. Integrante do grupo dos 200 maiores talentos brasileiros pelo Virtvs Group, é referência marcante da nova geração no marketing, sendo responsável por várias campanhas impactantes nas redes sociais em 2011/12. Com experiências em palestras nacionais e internacionais, é considerado fomentador do empreendedorismo e da disseminação do conceito de startup no país. Conectado com os mentores desse tipo de programa no mundo, estuda o implemento e o funcionamento das startups, sendo apontado como evangelista da Geração Y/Z. É o grande nome do Neuroempreendedorismo no Brasil e um dos maiores incentivadores atualmente.