O aluno Alcemir Fernandes contou em entrevista como criou uma rede de empreendedorismo social que está colaborando com a educação de alunos da cidade de Feliz Natal, no estado de Mato Grosso.
meuSucesso. Conte-me sua história. Como começou no empreendedorismo?
Alcemir Fernandes. Iniciei no empreendedorismo aos 10 anos atuando como intraempreendedor, vendedor de sorvetes comissionado, semelhante ao Flávio Augusto vendendo curso de inglês, sem ter um salário fixo e carteira assinada. Aos 13 anos comecei a ter interesse por tecnologia da informação quando usava os equipamentos da Escola Municipal Princesa Isabel, em Feliz Natal. Naquela época não tinha dinheiro para comprar um computador. Atualmente trabalho remoto como representante comercial da empresa www.elelux.com localizada em Tubarão – SC, uma startup de Ensino à Distância (EAD), com ênfase em cursos, livros, palestras e treinamento em software livre.
Conte-me sobre o projeto que você está desenvolvendo em Feliz Natal. Quando fui aluno da Escola Municipal Princesa Isabel, gostava muito de participar da feira de ciências, tínhamos um grupo chamado The bad boys, construíamos moto elétrica, carro elétrico, entre outros projetos audaciosos com recursos limitados para a época, ano de 2002, 2003.
Ao assistir o Estudo de Caso do Ozires Silva, no qual ele comenta que precisamos fazer uma revolução no sistema educacional brasileiro, surgiu o insight de retornar com os antigos projetos de Feira de Ciências e incentivar a criatividade dos jovens e interessados a aprender. Assim nasceu o FN Code Club.
A missão do FN Code Club é oferecer para cada criança, adolescente e educador do município de Feliz Natal a oportunidade de aprender gratuitamente sobre tecnologia da informação, inovação tecnológica, desenvolvimento de software, desenvolvimento de games, robótica educacional e educação empreendedora. Utilizei recurso público para aprender sobre tecnologia, penso da mesma forma que o Sr. Ozires. É necessário retribuir ao município/estado. Em breve, Feliz Natal se tornará o Vale do Silício Brasileiro.
Quais os recursos que vocês têm para dar andamento ao projeto? Iniciamos com recursos limitados, atualmente participam 34 educadores da E.E. André Antonio Maggi e 840 alunos do 7° ano do ensino fundamental ao 3° ano do Ensino Médio. Em 2017 pretendemos aumentar a equipe, atuar nas escolas municipais e escola indígena.
Após obter um feedback positivo dos alunos e educadores pretendemos padronizar os processos e levar o modelo de projeto ao governo para escalar o ensino de ciência da computação nos 141 municípios do estado de Mato Grosso. Sempre com as referências do projeto piloto do nosso município. Algo que possa influenciar diretamente no turismo, já que temos toda a cultura, história e belezas naturais do Parque Indígena do Xingu.
Nos dias 13 e 14 de outubro foi realizado um evento chamado Coding4Change Week. Com dinâmicas sobre liderança, trabalho em equipe e palestras sobre internet das coisas, empreendedorismo no ambiente educacional, inovação, startup, desenvolvimento mobile, animação 3D, animação 2D, direitos trabalhistas e marketing digital, com palestrantes da cidade vizinha (Sinop – MT).
Quais suas inspirações para desenvolver este trabalho? Sempre gostei da área de responsabilidade social, já tinha participado de alguns projetos sociais. Então conheci o trabalho do Edu Lyra, em escala e impacto muito maior, como não ficar inspirado? Ele é um exemplo de pessoa. Admiro esta persistência de fazer acontecer, independente dos obstáculos. "Não importa de onde você veio, importa para onde você vai!", como sempre diz o Edu. Isso é um lema no FN Code Club. Ainda não tive oportunidade de ir a Poá, mas futuramente pretendo conhecer o Instituto Gerando Falcões.
Com o exemplo de humildade e resiliência do Geraldo Rufino com a visão de futuro e desenvolvimento de tecnologia nacional do Sr. Ozires Silva surgiu o insight do FN Code Club, e ainda, claro, a história do Edu Lyra, colaborou para que a proposta de fazer algo que agregue valor ao jovem se tornasse realidade. A Live Class do Ricardo Bellino trouxe uma dose de ousadia, paixão e atrevimento para acreditar no impossível e seguir o sonho de que esta região do Mato Grosso se torne um polo de inovação e pesquisa.
Minha ideia é usar a plataforma a meu favor neste momento, estou planejando fazer dinâmicas de psicocine com os alunos da E.E André Antônio Maggi, quero mostrar a eles os Estudos de Caso do Gustavo Caetano (SambaTech), Ozires Silva (Embraer), Geraldo Rufino (Jr Diesel), o Insight Light do Marco Gomes (Boo-Box), o do Jovem Nerd e do Pedro Waengertner (Ace).
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