Empreender não é algo fácil e muitos dos motivos que levam alguém a abrir uma empresa estão relacionados a história de vida e visão que irão moldar as ações, valores e princípios que do negócio.
Na série Starving trazemos histórias de empreendedores experientes e desbravadores do Vale do Silício que revelam como iniciaram as suas empresas e contam um pouco sobre os caminhos que percorreram até surgir a ideia ou o interesse por montar a própria empresa. Veja aqui todos os entrevistados da série.
O interesse em tecnologia
O empreendedor Wedge Martin conta que desde muito jovem começou a ter interesse pela tecnologia e descobriu o poder da Internet na década de 90, ainda jovem, quando um amigo lhe apresentou o que isso era capaz de fazer. Wedge conta que se tornou obsessivo com aquilo. “Eu queria ser parte disso, construir e ver como tudo funcionava […]. Era algo legal e novo que não tinha fim o quanto eu poderia aprender com aquilo”, revela o empresário.
Não demorou muito para que ele se envolvesse de maneira profunda com o ambiente digital, mesmo em seus primórdios, e começasse a conhecer por meio da Internet outros grupos de pessoas curiosas como ele, pesquisadores, gente do meio acadêmico, e aprendesse com eles ao trocar informações. Ao 19 anos, Wedge criou a sua primeira companhia de venda de acesso a Internet. “Eu aprendi a fazer isso apenas por ficar on-line e conversar com outras pessoas, por ter acesso a esses recursos que muita gente não tinha”, comenta.
Atualmente, Wedge Martin é um empresário reconhecido dentro do Vale do Silício. Já trabalhou em empresas como ebay e IBM e hoje é CTO na Vivo Technology.
Investimento pode ser algo que vem de família
O investidor renomado Tim Draper conta um pouco sobre como começou o seu interesse por empreender. De família de investidores renomados, o avô e o pai foram um dos primeiros a atuar no Vale do Silício, Tim não resistiu e acabou seguindo os mesmos passos tornando-se um dos grandes nomes dos Estados Unidos quando o assunto é investimento.
Como conta, ele queria empreender e montar diversos negócios. O interesse por tecnologia já estava em suas veias e como engenheiro elétrico ele via e percebia as mudanças que isso podia causar na sociedade. O interesse por contribuir com os avanços tecnológicos e ser bem-sucedido era bem grande. Surgiram várias ideias e possibilidades, mas ele não sabia ao certo que caminho seguir, e tinha vontade de fazer um pouco de tudo – desde uma empresa especializada em produzir hologramas em 3D (por mais que para época fosse adiantado demais) até um negócio focado em estocagem.
Foi, então, que ele percebeu que talvez fosse melhor seguir o caminho da família. O interesse por atuar em diversas áreas, ter negócios diferentes, fez ele notar que a melhor escolha era ser um investidor e foi nesse momento que a sua carreira na área de investimento começou. “Eu fundei muitas companhias aqui no Vale do Silício, mas, então, eu estabeleci relações com outros investidores em diversas partes do mundo e ajudei eles a crescer. Atualmente, nós temos parcerias com outros muitas regiões, da China a Israel”, revela.
Tim já aportou negócios como Baidu, Foursquare, SolarCity, SpaceX, Tesla, Twitter e Tumblr. Em 1985, ele criou o fundo Draper Fisher Juvertson e, desde então, vem somando e aumentando o seu portfólio de investimentos, realizando mais de 450 investimentos em mais de 60 cidades. 24 desses aportes resultaram em startups “unicórnios” – empreendimentos avaliados em mais de um bilhão de dólares (na cotação atual, 3,15 bilhões de reais).
Muitas vezes você não se encaixa no sistema
A história de Gary Kremen também chama a atenção. Ainda jovem, na década de 80, ele se mudou para o Vale do Silício e logo percebeu uma diferença grande na cultura e comportamento dos dois lugares, ele não estava acostumado com esse pensamento e posicionamento voltado ao empreendedorismo que é tão presente dentro do Vale do Silício.
Logo no começo de sua trajetória profissional, ele percebeu que uma carreira tradicional talvez não seria o melhor para ele. Em um de seus primeiros estágios de verão, o responsável por ele disse o seguinte: “posso comprar o resto do seu estágio de verão? E pagá-lo hoje para que nunca mais tenhamos que conversar com você, ou lidar com você?”. Como Gary conta, talvez ele não foi feito para obedecer e seguir as normas porque era muito difícil para ele. Além disso, seu comportamento disruptivo e questionador muitas vezes assustava. “Eu sou um rebelde. É difícil para mim seguir as regras. Eu não sei o que há de errado comigo. Mas, talvez, eu devesse procurar por alguma terapia”, comenta o empreendedor brincando.
Anos depois, em 1993, surgiu a ideia de criar um site especializado em encontros, foi quando nasceu o Match.com, que hoje está presente em mais de 25 países e é case de sucesso ao redor do mundo.
A sua história determina quem é você
O maior insight que podemos tirar do primeiro episódio da série é que a sua história de vida determina e dá significado ao seu propósito que muitas vezes vai ser o motivo pelo qual você está fundando a sua empresa. O que vimos é que toda a trajetória desses empreendedores teve como influência a origem deles e o passado que determinou muito dos caminhos que cada um seguiu. A lição que podemos tirar é que não devemos, muitas vezes, nos cobrar e querer seguir rumos que outras pessoas já tomaram. Devemos olhar para o nosso próprio passado, ver quem somos, definir o propósito e trilhar a própria história. Conheça mais sobre a série e aprenda com empreendedores do Vale do Silício.
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