Discussão sobre o assunto tem se expandido de uma maneira cada vez mais forte


O Brasil está entre os países mais empreendedores do mundo. Estamos, no entanto, entre os que registram também as maiores taxas de mortalidade empresarial. Empreendemos muito. Mas ainda empreendemos mal. E um dos principais motivos para isso é a pouca formação que o brasileiro tem para os negócios. A grande maioria acaba empreendendo simplesmente por necessidade, muitas vezes sem nenhuma noção sobre o mercado.

É por isso que tem se expandido de uma maneira cada vez mais forte a discussão sobre a inclusão do ensino de empreendedorismo nas escolas, já desde o nível básico. Muitas escolas, inclusive, até já fazem isso. 

Conversamos com a professora Eliana Baptista, diretora geral do colégio Guilherme Dumont Villares, que desde 2003 mantém um convênio com o Sebrae/SP através do qual garante a seus alunos aulas de empreendedorismo. 

Com a experiência de quem conhece bem o funcionamento de um case que vem dando muito certo, ela destaca alguns pontos pelos quais acredita ser importante incentivarmos o ensino de empreendedorismo nas escolas.

“Temos convicção de que no desenvolvimento da ação educativa que se processa do segmento Educação Infantil até o Ensino Médio, se faz indispensável a presença de procedimentos didático-pedagógicos que fomentam a formação da consciência proativa e a disseminação da cultura empreendedora entre as crianças e jovens, a fim de despertar no educando a iniciativa na busca de possibilidades e expectativas para que no futuro ele possa concretizar sua inserção no mundo do trabalho com maiores possibilidades de êxito”, afirma Eliana.

Ela complementa, dizendo que “sendo o empreendedorismo uma atitude a ser formada, a Educação Infantil deve se constituir no nascedouro das condutas éticas e morais que sustentam as relações humanas, ampliando a visão da criança acerca do mundo ao seu redor, referenciando suas condutas e seu modo de agir”. 

“Nesta fase da escolaridade, valores, habilidades e competências começam a se estruturar na vida das crianças. Atitudes como cooperação, participação, prazer ao enfrentar situações novas, espirito de  iniciativa, (proatividade), empatia, persistência e colaboração começam, desde cedo, a fazer parte das vivências do dia a dia do educando”, afirma, defendendo a inclusão do empreendedorismo nas grades desde o ensino infantil.

Exemplos

Além do colégio dirigido por Eliana, outros cases de sucesso chamam atenção para o assunto. Um deles é o próprio Jovens Empreendedores – Primeiros Passos, do Sebrae/SP. Por meio dele, alunos que frequentam do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental da rede estadual têm aulas de empreendedorismo. As oficinas são ministradas por educadores formados em um curso específico para o projeto.

No México, uma escola chamada BusinessKids vai além. Ela funciona de forma complementar à escola comum, mas só com aulas de empreendedorismo. A responsável é a empreendedora Mari Carmen Cabrera.

Ao se dar conta que os 10% do seu público que realmente empreendiam eram jovens, Mari Carmen decidiu formular cursos voltados para esse nicho. Começou com os adultos mais jovens. Depois focou nos adolescentes. E finalmente fundou a Business Kids, que prepara crianças de 4 a 14 anos para serem empreendedoras.

A escola divide as crianças em três níveis, por idade: 4 a 6, 7 a 10 e 11 a 14 anos. Com linguagem apropriada para cada faixa e por meio de jogos e dinâmicas, a BusinessKids ensina os pequenos princípios de negócios. Os mais velhos já trabalham com planejamento de negócios e a concretização dos mesmos.

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