O Brasil tem hoje mais de 7 milhões de alunos matriculados no ensino superior. Esses estudantes estão distribuídos entre mais de 2 mil instituições e – acreditem – cerca de 32 mil cursos. Nesse cenário, as instituições privadas são responsáveis pela maior parte das matrículas (algo em torno de 75%). Na última década, o setor viveu sua era de ouro no país, com expansões, fusões, aquisições e entrada de empresários do setor para as principais listas de bilionários do mundo.
Afinal, a que se deve todo esse sucesso? A resposta é mais complexa do que parece e envolve uma série de fatores. Isso inclui a agressividade empreendedora de alguns players de peso do setor (como a Kroton, Estácio e Ser Educacional), passando pelos programas federais (Fies e Prouni), até a melhoria na renda da classe média.
A economia brasileira viveu vários anos de otimismo na última década, com aumento do investimento, tanto nacional quanto estrangeiro, e, consequentemente, a ampliação da demanda por mão de obra qualificada. A universidade pública brasileira, no entanto, não estava estruturalmente preparada para dar conta de toda a busca por qualificação que surgiu.
Apesar de o número de Institutos Federais (IFs) ter aumentado bastante, o número de vagas neles, bem como nas universidades federais e estaduais, não conseguiu chegar nem perto das de faculdades, centros universitários e universidades privadas.
Com horários mais viáveis para trabalhadores, os cursos privados se tornaram as únicas alternativas possíveis para muita gente. O financiamento do Fies ou as bolsas do Prouni facilitaram o acesso para quem teria dificuldades para pagar. Ao mesmo tempo, garantiram às empresas do setor uma fonte de receitas fortíssima.
A educação à distância – praticamente toda concentrada no setor privado, salvo raríssimas exceções públicas – foi outro fator que ajudou a impulsionar o segmento. O motivo foi o mesmo citado acima: flexibilidade para conciliar com trabalho.
A formação de grandes grupos educacionais no país pode ser considerada outro fator importante para o boom verificado no setor nos últimos anos. Os conglomerados fortaleceram unidades que até então tinham apenas atuação regional, sem marcas fortes.
A concorrência entre os grandes grupos acirrou a disputa por espaço no mercado, o que levou também à interiorização da oferta, rumo a pequenas e médias cidades afastadas dos grandes centros.
Críticas
A massificação do ensino, se por um lado é comemorada pelos grandes grupos do setor, por outro é criticada por alguns educadores, que veem uma superficialização dos cursos, muitos dos quais são mal avaliados nos mecanismos de verificação do Ministério da Educação.
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