Sofia Esteves comenta sobre o encontro com um dos pioneiros da aviação no Brasil


Recentemente tive a honra de entrevistar Ozires Silva, fundador da Embraer. Ele esteve comigo no palco do II Encontro Nacional de Trainees – evento no qual a Cia de Talentos reuniu 260 jovens que atualmente participam dos maiores programas de trainee do País – com o objetivo de inspirá-los a liderar a inovação nas empresas. Não poderia haver melhor referência do que esse brasileiro que tornou possível a fabricação de aviões por aqui. Mais do que isso, tornou possível a exportação de aviões em um contexto econômico em que a maior parte do que é vendido até hoje para outros países é commodity.

A ousadia deste homem, que hoje tem mais de 80 anos, começou cedo. Ele nos contou que definiu seu objetivo de carreira aos 15 anos de idade, quando decidiu que participaria da fabricação de aviões no Brasil. Ele foi inspirado por um suíço foragido da Segunda Guerra Mundial, que tentou fabricar um planador no aeroclube de Bauru, próximo de onde ele morava à época. O suíço dizia que o Brasil precisava do avião como instrumento da integração nacional. Ozires percebeu o sentido dessa afirmação e se sentiu inconformado com o fato de não haver uma produção local. 

Como não existia faculdade de engenharia aeronáutica em 1945, ele perseguiu seu sonho ingressando na Força Aérea Brasileira. Depois, com a criação do ITA, em 1950, ele conseguiu uma bolsa para se graduar como engenheiro.  Foi precisamente esse engenheiro que projetou o primeiro avião bandeirante no Brasil e que fundou a Embraer.

Vale destacar que o caminho que Ozires percorreu não foi fácil. Quando ele começou a trabalhar no projeto da aeronave, muitas pessoas disseram que ela não voaria. Mas na manhã de 22 de outubro de 1968 todos se espantaram quando viram que o avião não só voava como pousava.

Contando sua trajetória de vida e carreira, Ozires deixou aos jovens presentes mensagens valiosíssimas. Tão valiosas que eu gostaria de retransmiti-las a vocês: 
•    sejam inquietos em relação às soluções que existem; 
•    não aceitem as coisas como são; 
•    tudo pode ser melhor e podemos assumir a responsabilidade de sermos protagonistas dessa mudança; 
•    tenham atitude e ousadia para avançar independentemente da aprovação de quem está por perto; 
•    qualquer um é capaz de realizar qualquer coisa que desejar se, além da vontade, tiver foco nas possibilidades em vez de ficar medindo as dificuldades.
Ele acredita firmemente que o Brasil pode exercer um papel no mundo muito mais importante do que é exercido hoje. E ninguém pode/deve perder a oportunidade de contribuir para que isso se torne realidade.
Por isso tudo, deixo aqui minha homenagem a ele, que admiro não apenas como líder, mas também com ser humano. Espero que terminem a leitura desse post inspirados, assim como eu e como os jovens que participaram do evento saíram.

 

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Sofia Esteves

Fundadora e presidente do Conselho do Grupo DMRH, compartilha neste espaço o que há de mais novo em carreira e gestão de pessoas. Ideias, reflexões e tendências para impulsionar o desenvolvimento pessoal dos empreendedores e de sua equipe.