O turnaround pode ser considerado um método que visa elevar uma empresa a um patamar de crescimento sustentável e que, para tanto, requer um alto engajamento no sentido de movimentar esforços para sua reinvenção.


Turnaround é uma expressão em inglês que quer dizer dar a volta por cima ou fazer uma virada. É um conceito do mundo empresarial que visa transformar ou fazer com que determinada empresa retorne aos trilhos que ela vinha seguindo até o momento em que houve um ponto de desequilíbrio. Quando isso acontece, você entra com turnaround pra poder fazer com que ela volte ao seu estado normal, que ela se readeque à uma nova situação.

O turnaround visa atacar várias frentes da empresa, não só a financeira mas também a operacional que é muito importante, além da comercial e de recursos humanos, ou seja, em um processo de turnaround, é preciso olhar todas as principais áreas da companhia, readequando as áreas vitais para a realidade que ela está vivendo em busca de retomar o caminho normal de crescimento e expansão.

Uma estratégia de retomada

O turnaround pode ser considerado um método que visa elevar uma empresa a um patamar de crescimento sustentável e que, para tanto, requer um alto engajamento no sentido de movimentar esforços para sua reinvenção.

Em média, os turnarounds levam mais de dois anos para surtirem efeitos relevantes, se comparados à situação inicial da empresa, no entanto, requerem lideranças ativas e processos estruturados desde o começo da operação do modelo. Também pode ser compreendido como algo mais amplo que a inovação sistêmica, e não há um padrão a ser replicado entre empresas, cada qual traz consigo seus referenciais e o grande desafio é seguir o modelo estrutural com a personalização do contexto de cada negócio.

É preciso acompanhamento profissional

Uma de suas premissas é a necessidade de romper com o passado, por isso é indicado fazer esse processo de turnaround por meio de consultorias especializadas. Aquele que cria o negócio possui mais dificuldade de desapego por manter uma visão romantizada. O empreendedor pode se sentir frustrado por precisar mudar ou mesmo por enxergar que o agente de mudanças não será necessariamente ele.

Por outro lado, implementá-lo permite que a pessoa aprenda a lidar com “nãos” de uma forma menos reticente e mais efetiva. Ele possibilita um foco maior no que deve ser feito de fato e isso acontece porque ele demanda uma análise dos problemas da empresa. 

Além disso, antes da implementação das ações em si, há um planejamento que considera a priorização das iniciativas mais representativas em termos de retorno esperado e custos para sua realização. Como não há muita margem para errar, pois a situação já é crítica, é essencial dimensionar os esforços e o turnaround é uma ótima alternativa para estes dilemas.

Quando aplicar o turnaround?

As empresas, principalmente do Brasil, vão até o último minuto tentando salvar o negócio antes de buscar fazer uma virada de forma mais profissional, digamos assim. Há uma tendência de buscar essa estratégia quando já há uma situação de pré-falência, ou seja, quando as empresas buscam a recuperação judicial, há todo um custo reputacional envolvido, algo que mexe com os empreendedores e a forma como serão vistos. Mas a demora em buscar ajuda pode ser fatal.

Especialistas em turnaround

Outro fator relevante diz respeito às empresas que adquirem outras para promover essas “viradas”. Enxergar potencial mesmo em cenários desvantajosos é típico de investidores que desejam ampliar seu portfólio ou otimizar processos e custos para ganhar escala. Eles possuem melhor acesso a crédito e podem realizar reestruturações de maneira mais ágil e pragmática, muitas vezes promovendo fusões que otimizam as operações das partes.

É comum identificar esses tipos de movimentos de aquisições e turnarounds em grupose organizações que objetivam a abertura de capital, visto que é uma forma de aumentar o patrimônio e, por requerem uma cultura de governança estabelecida, também se tornam atrativas a outros potenciais acionistas. Por isso, esse tema está presente no novo estudo de caso do meuSucesso, com a trajetória da Ânima Educação, que vem fazendo aquisições e estratégias de turnaround desde o seu início, com aquisições de universidades que estavam passando por momentos delicados.

Estudo de caso

Ao longo do documentário que conta a trajetória de sucesso de Daniel Castanho, é possível perceber que a Ânima promoveu em sua história reestruturações de maneira consciente e organizada, desde a avaliação do potencial de uma oportunidade de aquisição até a manutenção das ações que possibilitam seu crescimento contínuo e posicionamento relevante no segmento.

Tudo isso porque seus gestores de turnaround, ou agentes de mudança possuem uma visão clara sobre as competências das quais dispõem para lidar com situações delicadas, sabem analisar os números da organização de modo a classificar as informações e transformá-las em planos com datas definidas, sabem projetar cenários e navegar entre eles, conhecem as premissas de uma cultura de controles que envolve custos, processos e governança, conseguem engajar suas equipes e enxergam o momento de recuar ou repensar seu papel na organização.