Para Flávio Augusto, em tempos de avanços tecnológicos a inovação é caso de vida ou morte para empresas de todos os tamanhos. Descubra o que mais Flávio contou sobre inovação no evento da Power House 21.


No último sábado, 30 de janeiro, aconteceu a 5ª edição do Power House, um dos maiores eventos de empreendedorismo da América Latina. Grandes mestres da arte empreendedora estiveram presentes para ensinar temas atuais e fundamentais para o sucesso dos negócios.

Um dos mentores do encontro foi Flávio Augusto, fundador da Wise Up, que compartilhou sua visão sobre inovação. Durante o primeiro mês deste ano, viemos destacando a importância da empresa ser inovadora para decolar em meio a tanta concorrência com matérias, como 5 tipos de inovação e como realizar uma inovação de produto eficaz. Bebendo direto da fonte, agora podemos partilhar todo o conhecimento da master class de Flávio na última edição do Power House.

O que é inovação segundo Flávio Augusto

Durante a aula, de aproximadamente 1 hora e meia, Flávio se apoia no conceito de Nick Balding de que a “Inovação é a exploração com sucesso de novas ideias”. O inovar, diferente de inventar, serve para resolver problemas – os que não foram resolvidos e os que já foram resolvidos, mas de uma maneira melhor e mais eficiente – e gerar valor – para o consumidor, os colaboradores, a própria empresa, os acionistas e a sociedade. 

Para contextualizar no meio empreendedor, Flávio retrata que a competência, a visão e a coragem são os três fundamentos que formam o tripé do empreendedor. Nessa tríade, a inovação faz parte da visão, visto que inovar é o ato de apostar em fazer as coisas todos os dias de maneira que eu largue na frente para conquistar um determinado mercado.

Por isso, o desapego é fundamental para a cultura do empreendedor, da empresa ou do responsável pela inovação. Se você não consegue se desapegar de um modelo de negócios que não faz mais sentido pelo o que o mercado pede, a sua empresa pode falir, por exemplo. 

Em meio a grandes avanços tecnológicos, surgem novas possibilidades que se tornam oportunidades para quem inova e ameaças para quem não inova. Ou seja, a inovação pode fazer a diferença entre a vida e a morte de uma empresa de qualquer tamanho. 

Flávio também ressalta que a inovação não está somente ligada à tecnologia. Existem, dentre outras, a inovação de produto, como o câmbio automático de carros; de processo, como a linha de montagem com robôs; e de modelo de negócios, como vender assinatura de carro. Para ilustrar a importância da inovação na geração de valor e na sobrevivência de empresas, Flávio trouxe dois exemplos de sucesso: a Tesla, de Elon Musk, e a Wise Up Online, do próprio Flávio.

Como Elon Musk se tornou o homem mais rico

Empreendedor e filantropo, Elon Musk tornou-se o homem mais rico porque ele é inovador – neste caso, riqueza se refere a equity, o valor de mercado. Detentor das empresas SpaceX (que produz foguetes para levar a humanidade para Marte), The Boring Company (rede de tubulações para fazer o transporte de pessoas e cargas numa velocidade mais rápida que a de um trem bala), Starlink (satélites com a missão de criar internet rápida e de graça no mundo inteiro), Neuralink (que pretende conectar o cérebro no computador através de um chip) e Tesla (que produz carros elétricos que têm mais alcance, tecnologia, velocidade e são mais divertidos) é evidente que Elon aposta na inovação disruptiva no seu dia a dia. 

No exemplo de Flávio, a Tesla foi o ponto central. A empresa anunciou, no final de 2019, o lançamento do novo carro do catálogo, o Cybertruck. O design do automóvel é o que chama a atenção e também é o que gera valor. O fato de ser todo em linha reta e não possuir pintura impacta no tempo, no custo e no espaço para a produção do Cybertruck. Enquanto seu valor de fabricação é de US$ 30 bilhões, o de um carro convencional é de US$ 220 bilhões.

Além disso, a Tesla se tornou a montadora mais valiosa do mundo. Seu valor de mercado é de US$ 659 bilhões, algo próximo dos US$668 bilhões que representam o valor de 10 marcas juntas, dentre elas Honda, BMW e Toyota. Ou seja, no caso de Elon Musk, as novas ideias exploradas com sucesso se refletem na concepção de capital e relevância no mercado.

Como a Wise Up resistiu à crise

Segundo Flávio, a crise é um dos maiores combustíveis da inovação porque ela ameaça, é o momento que define o rumo das empresas: a vida ou a morte. Em março de 2020, a Wise Up passou por esse momento: as escolas precisaram ser fechadas por causa da pandemia da COVID-19. 

A hora de inovar e de mexer com quem estava acomodado havia chegado, mas Flávio não se deixou abalar. Lançou o Wise Up Online. O modelo de assinatura inspirado no Netflix trouxe para o cliente uma solução completa para ele e sua família por um preço mais acessível, com mais flexibilidade, escala e tecnologia. 

A plataforma conta com professores americanos que também são fluentes na língua portuguesa e as aulas são baseadas em experiências reais. A 1ª série, por exemplo, é sobre viagem: como fazer a mala, como fazer o check-in no aeroporto, como fazer um pedido no restaurante, dentre outros. No geral, são mais de 500 horas de conteúdo que contam também com a 2ª série, sobre business, e já estão pensando no lançamento da 3ª (sobre news) e na produção da 4ª, voltada para kids. 

O resultado? Nos 10 meses que está no ar, a Wise Up Online matriculou mais de 200 mil alunos novos. 

Nas palavras do próprio Flávio, “Isso é resultado de uma cultura de inovação. Uma cultura que não se apega ao velho, que tem coragem de mudar do A pro B, uma cultura que desafia o status quo, que não tem medo de mudar, que não tem save my ass. Uma cultura que não tem medo de fracassar, medo de errar. A gente pode errar, a gente pode fracassar, o fracasso faz parte, o erro faz parte, a falha faz parte do processo de quem quer inovar.” E é justamente essa cultura de inovação que transforma o valor de mercado de uma empresa de R$ 200 mil para bilhões de reais.