Nunca um dilema ecoou tanto na cabeça das pessoas: encarar uma vida corporativa e tornar-se um executivo ou seguir a trilha do empreendedorismo e tocar sua própria empresa? A resposta dessa pergunta é única para cada indivíduo e cada um tem missão de encontrar a sua.
Sempre que me pego pensando neste assunto fico com a dúvida se empreender, muitas vezes, não é um caminho que as pessoas “sonham” como meio de libertar um desejo de inovar, trabalhar com mais liberdade, deixar sua própria “marca”. Outros desejos comuns são ter horário flexível, mobilizar pessoas e ter mais qualidade de vida.
Se esta é a questão, uma alternativa pode ser atuar numa empresa que delegue autonomia e poder aos membros de suas equipes para que participem de fato das tomadas de decisões da organização, além de serem envolvidos em projetos estratégicos. Dessa forma, as ideias empreendedoras de cada um são ouvidas e aproveitadas dentro de casa. Quando os profissionais recebem a real oportunidade de fazer parte do negócio costumam demonstrar-se mais satisfeitos, motivados e tem mais “atitude de dono”.
Agora, se realmente a ideia é empreender por conta própria e abrir uma empresa, o primeiro passo é quebrar um pouco o “glamour” do assunto e dar-se conta que esta não é solução de tudo que incomoda alguns ao atuarem nas empresas dos outros.
Ser o dono do negócio tem muitos atrativos sim mas, sem dúvidas, é um grande desafio. Flexibilidade de horário, poder criar as próprias regras da “casa” e agilidade na tomada de decisão provavelmente são os pontos mais favoráveis de ser o dono. Mas ocupar esta posição não significa deixar de ter um “chefe”, de ser cobrado por alguém, de ter que negociar e lidar com pessoas desagradáveis. Na verdade, só mudam os nomes dos desafios e questões a serem resolvidas e passam a se chamar: clientes, sócios, investidores, fornecedores, consumidores e funcionários.
Todo empreendedor com empresa própria tem uma liberdade considerável que se trabalhasse para os outros não teria, mas não se pode esquecer que isso tem um “preço” alto a ser pago. Por exemplo, se a empresa estiver com a entrega de um produto em atraso e um funcionário ficou doente, é o empreendedor que vai ter trabalhar dobrado para cumprir com o que foi ofertado ao cliente, mantendo a qualidade de sempre. Se o fornecedor de logística estiver com excesso de demandas e não puder atender a da empresa, é o dono que vai de ter que dar um jeito de fazer a entrega acontecer (nem que seja com o seu carro particular!).
O empreendedor, esteja ele inserido em uma empresa ou seja o dono, é aquela pessoa que tem atitude, explora e propõe mudanças que ninguém enxergou ou achava que era possível. É aquele que faz todo dia um caminho diferente para chegar ao mesmo lugar (inclusive no sentido figurado) e recrimina a ideia de uma vivência passiva. É também um ser curioso, criativo, proativo, observador e otimista – mas sempre com um dos pés no chão. Sem esse pé no chão não seria um bom empreendedor porque este precisa, além de seu inconformismo, de senso prático e realista para transformar uma ideia em algo concreto, com reflexão e cautela. Ou seja, para concretizar suas ideias, um empreendedor precisa ter: boa capacidade de organização e planejamento, sabedoria para não desistir no primeiro tombo e ousadia para assumir riscos.
Estas características empreendedoras podem existir em maior ou menor grau em cada pessoa, seja ela universitária ou com mais “tempo de estrada”. Eu acredito que todo mundo tem um pouco dessa combinação, basta se descobrir e ter atitude.
Por Sofia Esteves, presidente Cia de Talentos
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