Planejar o futuro de uma startup não representa apenas a busca por um modelo de negócios escalável, decidir quando a sua equipe ficará maior ou se a empresa precisa mudar de escritório. Ao longo do crescimento, assim como uma startup precisa de investimento, ela precisa de desinvestimento. Neste contexto, cabe ao empreendedor entender isso e se organizar para quando esse dia chegar.
O assunto desinvestimento ainda é incomum no Brasil, muito por conta das poucas saídas já vistas no mercado. Por outro lado, planejar esse momento pode ajudá-lo a conseguir investimento e também se proteger numa eventual saída. Neste artigo iremos detalhar a importância de se planejar estratégias de saída e apresentar um mecanismo fundamental para empreendedores: a cláusula de drag/ tag along. Acompanhe:
A importância do pensamento no longo prazo
Uma startup de sucesso é construída dia após dia, através do trabalho dos seus fundadores e colaboradores. Contudo, um bom planejamento de médio e longo prazo também são fundamentais para saber onde se quer chegar e encontrar meios para isto.
Empreendedores que se planejam para o futuro costumam enfrentar os problemas de uma nova empresa de maneira mais consciente do que aqueles outros que esperam as dificuldades surgirem. Isso se aplica também aos investimentos: boa parte dos investidores costuma utilizar a estratégia de planejar uma saída logo na entrada do negócio. Ou seja, a startup terá um determinado tempo para se mostrar viável para uma venda ou para outro investidor. Caso isso não aconteça, o empreendedor precisa estar preparado para as opções que virão.
Opções de saída
O sonho de um empreendedor é levar sua empresa a um IPO (Initial Public Offering ou, em português, oferta pública inicial), que consiste quando as suas ações são colocadas à venda na bolsa. Porém, além de ser um processo lento, é reservado para poucas startup de sucesso. No Brasil, as chances são ainda menores. Dessa forma, é preciso se voltar à realidade e entender quais realmente são as opções de saída mais acessíveis para a sua startup.
Ser vendida para um concorrente é uma das opções mais comuns. Em geral, esse concorrente será uma empresa muito maior. Esse comprador também pode ser uma empresa que veja na startup algo complementar ao que ela já oferece. Fundos de private equity e até outros investidores também podem se tornar opções, comprando apenas a parte do investidor ou toda a operação da empresa. Por fim, pode haver um compra interna, quando os investidores retomam a parte do investidor ou o contrário.
Cláusulas de drag along/ tag along
Independentemente da opção de saída, que muitas vezes dependerá da situação momentânea da empresa, estar preparado para ela é dever do empreendedor – tanto para não ser surpreendido, quanto para não ser prejudicado.Neste sentido, há duas cláusulas que podem fazer parte do contrato de investimento: drag along e tag along.
Na cláusula de drag along, os acionistas são forçados a vender suas ações quando o majoritário vender também, pelas mesmas condições. Já na cláusula tag along ocorre o oposto, com a proteção dos minoritários que podem vender as suas ações pelas mesmas condições do majoritário. Isso evita que se façam acordos paralelos, favorecendo uma das partes.
Estar atento a estes pequenos detalhes jurídicos dará mais tranquilidade aos empreendedores sobre a operação do negócio, garantindo que, no futuro, seus direitos estarão protegidos.
Você já planejou suas estratégias de desinvestimento? Incluiu as cláusulas de drag/ tag along? Aproveite os comentários abaixo para esclarecer as suas dúvidas!
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