O novo Estudo de Caso do meuSucesso, que será lançado dia 01 de outubro, mostrará a trajetória de uma as mulheres mais poderosas no ramo da comunicação em todo o Brasil.
Ana Amélia Cunha Pereira Filizola é vice presidente do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) e sócia proprietária do jornal Gazeta do Povo. Passou a comandar toda a operação da Gazeta após a morte do pai — Francisco Cunha Pereira Filho — no ano de 2009.
Natural de Curitiba (PR), Ana Amélia é graduada em direito e em jornalismo, mas encontrou no comando dos negócios da família mais um espaço para realização profissional e pessoal.
Ela foi responsável por mudar drasticamente a gestão do negócio e enxergar a Gazeta do Povo não só como um jornal, mas como um negócio que precisava se adaptar às novidades tecnológicas e culturais do século XXI.
Atualmente, a Gazeta do Povo é considerado o maior jornal do Paraná e o mais antigo em circulação no estado. Portanto, retirar de circulação a maioria das versões impressas e investir no meio digital não foi uma decisão fácil e muito menos simples. Afinal, pela importância e tamanho do grupo, qualquer atitude errada poderia colocar em jogo o histórico positivo da empresa no ramo da comunicação paranaense.
No entanto, essa transição foi muito bem estudada e hoje quase toda a operação do grupo é voltado para o meio digital.
“A nossa preocupação, em primeiro lugar, é atender às necessidades do leitor. Esse leitor está em transformação, como a Gazeta também está. A gente acompanha o dia a dia dele, com pesquisas profundas, e percebe que a vida está em transformação, é mais ágil. Estamos acompanhando essa mudança. Somos uma empresa que precisa de saúde financeira e dar resultado aos clientes. A gente visualiza que é um bom momento de uma economia no papel, migrando para um formato que agrada aos leitores”, explica Ana Amélia.
E é sobre como se deu o processo de transformação da empresa que você poderá conferir no próximo estudo de caso do meuSucesso, apresentado pela própria Ana Amélia Filizola.
O fim de um legado
No século XX, os jornais tiveram muita importância e eram considerados, antes da internet, o principal meio de informação da sociedade, junto com o rádio e a televisão. Portanto, o modelo de negócio desse tipo de empresa foi se solidificando, crescendo e inclusive adaptando-se a essa realidade. Tudo estava bem integrado, a publicidade funcionava bem e dependia desses veículos para ter alcance do público e da grande massa. Então, diversos anúncios eram pensados para esses veículos, como também havia até canais como os classificados para divulgar apartamentos, vendas de veículos e até propostas de emprego.
Mas o tempo foi passando e mudanças foram ocorrendo. Com o surgimento da Internet, aos poucos vimos diversos movimentos surgindo e hábitos de consumo sendo alterados. Por exemplo, antes os consumidores olhavam as páginas de jornal para procurar anúncios de apartamentos a venda. Posteriormente, com a internet, isso não era mais preciso. Buscava-se em sites especializados as melhores opções, com mais agilidade e rapidez, com fotos e opções interativas.
Como grande parte dos veículos foi o momento de repensar o modelo de negócio e estratégias. O jornal Gazeta do Povo se viu nesta situação ainda mais em uma época em que Francisco Cunha Pereira, pai de Ana Amélia e responsável pela gestão do grupo, ficou doente tendo que se afastar e posteriormente faleceu. O acontecimento foi marcante para a cidade de Curitiba e o estado do Paraná por ele ser muito conhecido e influente na região.
Portanto, foi o momento de pensar na gestão do negócio, Ana Amélia ficou como responsável por toda a estratégia da Gazeta do Povo como também com a difícil missão de repensar toda a estrutura do negócio. Já seu irmão, Guilherme Doring Cunha, ficou a cargo de comandar o Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM).
Qual é esse novo Jornalismo?
Quando vemos a situação que a Gazeta do Povo precisou lidar entendemos que o momento pelo qual passou não está ligado necessariamente a uma má gestão, algum problema financeiro ou ações mal executadas. Em si, a situação está relacionada ao movimento de mercado por quais todos jornais precisaram enfrentar e até hoje estão lidando.
O fato está mais relacionado a quais iniciativas tomar quando se percebe que a empresa está fadada a uma crise de mercado e que todos aqueles inseridos naquele contexto, no caso os jornais e mídias impressas, irão sofrer as consequências.
Como vimos no documentário do Estudo de Caso, os tempos mudaram, e as metas de tiragem e publicidade não estavam sendo atingidas. Numa situação como essa, você como empreendedor o que faria? Ana Amélia e sua equipe começaram a estudar todas as formas e aos poucos repensar o modelo de negócio da empresa, era necessário deixar de ser tão dependente daquele formato até porque os custos eram altíssimos. Começou-se, então, um movimento de olhar para as grandes corporações de jornais fora do Brasil e ver os movimentos que estavam tomando.
Iniciou-se, então, um processo em meados de 2010 de começar a preparar o negócio para focar e estar mais presente no meio digital e saber lidar com essa nova realidade para todas as empresas de comunicação. A outra missão era entender e descobrir como ser rentável na internet, que modelo de negócio um jornal poderia começar a adotar para trazer mais dinheiro para a empresa quando, naquela época, via-se a internet mais como uma fonte gratuita de informação. Com o tempo muitas empresas foram surgindo com a revolução tecnológica, como Netflix e Spotify, inclusive o próprio meuSucesso, mostrando que era possível unir um modelo de assinatura digital, que seria o próximo passo da Gazeta do Povo.