Dizem que o tempo pode melhorar tudo. Mas será que esta sentença deve ser interpretada de maneira tão simplista assim? Talvez não seja o tempo isoladamente que melhora tudo? Provavelmente, o dito popular se simplificou para expressar um conceito mais elaborado, que tem por objetivo explicar que o tempo melhora tudo porque com ele adquirimos bagagem – a fruta fica mais adocicada com o passar do tempo, o vinho adquire maior valor quanto mais envelhecido for, o Homem adquire experiência e conhecimento com o avanço dos anos.
E no caso do Homem especificamente, podemos dizer que durante a vida ele aprende muito mais com seus erros do que com seus acertos. Um breve exercício mental o fará lembrar de algum erro do qual você nunca mais esqueceu. E o fato de não esquecê-lo faz com que nunca mais erre.
Errei, mas ninguém quer errar.
Cai, mas ninguém quer cair.
Não consegui, mas todos querem conseguir.
Aprender a lidar com os pequenos erros da vida é o que concede ao homem a capacidade de persistência, de entendimento das suas limitações e potencialidades, além de levar ao entendimento de que há possibilidade de aprimoramento constante. Se o erro for considerado um ponto final, não há evolução, mas sim estagnação. Por outro lado, se for considerado apenas como mais uma etapa, mais um degrau, ele se torna o caminho para o sucesso. Quem pratica um esporte seriamente sabe disso, passa-se por muitos insucessos até chegar à vitória. São inúmeras repetições e correções, muita persistência e paciência.
Até aqui, nada muito novo, mas interessante é saber que isso foi comprovado cientificamente pela atividade cerebral gerada pelo “não” e pelo “ainda não”. O primeiro definitivamente paralisador e negativo, o segundo absolutamente positivo e motivador. Carol Dweck, pesquisadora e professora em Stanford, que coleciona passagens por Harvard e Oxford se dedicou por décadas a esta análise e conseguiu comprovar que o potencial do indivíduo depende do seu mindset. Através do monitoramento da atividade cerebral ela pôde constatar que há aumento quando se entende que o erro é apenas mais um passo para o acerto. Já quando se considera o “não” como um limitador de continuidade, a atividade cerebral diminui consideravelmente. Ao longo dos anos, a diferença da forma de encarar a frustração é o que vai determinar os que vão ter ou não êxito.
Insucesso, ninguém quer, mas são dos pequenos insucessos que se origina o grande sucesso e nesse contexto, o tempo passa a ser mero coadjuvante. Nunca é tarde para aprender. Então, por que não começar agora?
O professor Lee Schulman da Stanford University em um seminário para professores no Insper conta dois princípios para o aprendizado que reforçam a ideia do “ainda não”! O 1º principio diz que quando você aprende de fato a educação, percebe que ensinar é, essencialmente, uma questão de escutar. É aprender que exige que se fale. Para ser criativo é preciso cometer erros. É preciso aprender a se enganar, só se você cometer erros vai aprender com eles e ter a coragem de arriscar e experimentar novas ideias. O erro deve ser não apensa permitido, mas também desejado, se criarmos uma atmosfera de aprendizado através dos erros e de suas correções. O “ainda não” é sempre um convite a errar de forma diferente!
O 2º principio está relacionado a sua postura perante o erro. Conta o professor Schulman que há um livro sobre cirurgia e como se aprende a operar cujo um dos capítulos tem o título: Perdoe e lembre-se. Se você fizer algum mal se perdoe e esqueça o que fez. Na aprendizagem de cirurgia, de administração, de um líder ou de ensinar, você muitas vezes erra, mas só será perdoado se lembrar do erro e aprender cm ele.
E aqui vai uma dicaduka: se você é um líder, incentive seus liderados a compartilhar os erros, permita que tenham a coragem de arriscar, faça com eles a prática do “hoje eu vou errar como nunca errei” e com o passar do tempo não só ocorrerá a melhora da performance como também a confiança entre a equipe.
Esse texto é mais um trabalho em parceria com a minha amiga Marta Fujii, que tem formação executiva Comunicação Social, é especialista em Relationship Marketing. Trabalha com marketing e comunicação de grandes empresas sempre estimulada pelo potencial humano de transformação. Tem 24 anos de experiência e atua fortemente no terceiro setor desde o ano de 2000.
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