O mundo acadêmico e o empresarial ainda estão longe de se complementarem no país, por geralmente serem visões unilaterais que geram insatisfação de ambas as partes”. Esta é a visão de Sueli Fernandes, gerente de inserção profissional da Fundação MUDES, instituição sem fins lucrativos que há 50 anos promove e integra os jovens no mercado de trabalho.
No entanto, esse panorama pode mudar. Há um projeto de lei (PLS 772/2015) em tramitação no senado que pretende inserir o empreendedorismo como tema transversal nos currículos dos anos finais dos ensinos fundamental e médio, além de colocar a disciplina como diretriz dos conteúdos curriculares da educação básica, ao lado da orientação para o trabalho. Atualmente, está na relatoria da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado.
Um dos motivos que justificam as mazelas na qualificação dos empreendedores é a falta de incentivo para abrir sua própria empresa desde os tempos da escola. Sueli acredita que a inclusão do empreendedorismo no ensino traria benefícios aos estudantes, pois, para ela, o ensino tem que estar alinhado com as exigências de mercado.
“As empresas bem estruturadas incluem, no perfil solicitado, candidatos empreendedores. Diferentemente do passado – quando empreender significava apenas ter a intenção de abrir seu próprio negócio –, agora, é importante empreender na sua própria carreira, na sua vida em geral e, ainda, empreender em novas ações na organização”, afirma.
De acordo com Sueli, os indivíduos com o perfil empreendedor tendem a valorizar o planejamento e a visão estratégica, características fundamentais e amplamente valorizadas nas organizações.
Sueli acredita, ainda, que outras disciplinas, como Sociologia e Filosofia, sejam fundamentais para o currículo básico. “As disciplinas são distintas e cada uma tem sua relevância. Não devem ser excludentes”, justifica.
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