Você cria um ambiente em que a criatividade floresce, no qual a inovação pode acontecer


A centenária Universidade de Stanford é um celeiro de grandes mentes da tecnologia e dos negócios. Figuras como Sergey Brin, Larry Page, Reed Hastings, Peter Thiel e Marissa Mayer iniciaram negócios inovadores enquanto eram estudantes da universidade californiana. Empresas de renome como Google, Yahoo!, HP e SUN Microsystems tiveram sua gênese no ecossistema da Stanford. Outros 27 ex-alunos ganharam prêmios Nobel em diversas áreas.

Estima-se que 39 mil empresas e organizações sem fins lucrativos foram fundados por alunos da Universidade de Stanford desde 1930. Foi lá que Steve Jobs proferiu, em 2005, o emblemático discurso para uma turma de concluintes onde arrematou: "stay hungry, stay foolish". 

"Você cria um ambiente em que a criatividade floresce, no qual a inovação pode acontecer. Desenvolve uma incubadora, um lugar que inspira alunos e professores a mirar as estrelas e fazer algo diferente", afirmou John Hennessy, presidente da Universidade, em um simpósio sobre empreendedorismo realizado durante as comemorações do 125º aniversário da instituição.

No evento, os empreendedores Jessica Jackley (Kiva); Kiah Williams (Sirum); Mike Krieger (Instagram); Reed Hastings (Netflix) e Tristan Walker (Walker & Co.) – explicaram o motivo pelo qual decidiram apostar em suas ideias, a importância de falhar – e se recuperar – e qual o trabalho do Chief Executive Officer (CEO).

Confira as dicas abaixo:

Hierarquia é importante

Por mais que os espaços conceituais de trabalho hoje privilegiem a horizontalidade, autogerenciamento e amplo contato entre toda a equipe, em algum momento alguém precisará bancar o CEO. Segundo Mike Kireger, do Instagram, essa distinção é necessária sobretudo quando os conflitos de opinião começam a surgir. "Alguém realmente precisa decidir e seguir em frente", diz.

Celebre as vitórias

Não é fácil empreender. Relatos de angústia e solidão são bem comuns de encontrar. Ben Horowitz, cofundador da Opsware, certa vez afirmou: "como CEO de startup, eu dormia como um bebê. Acordava a cada duas horas e chorava". Por isso é importante garantir que as pequenas conquistas sejam apropriadamente celebradas. "Nos momentos difíceis, eu acho que você vai querer desculpas para poder tomar uma cerveja, ou vários shots, com quem gosta", conta Kiah Williams, da SIRUM.

Foque nas conquistas

Mesmo durante a celebração, o líder deve ter em mente os próximos passos e planejar as ações seguintes, além de lembrar à equipe que a euforia é momentânea e que o trabalho continua. "O que eu lembro às pessoas e funcionários o tempo todo é: estamos realmente bem em comparação a cinco anos atrás, porém ruins quando pensamos nos próximos cinco'", explica Reed Hastings, da Netflix.

Aprenda a saber quando acabou

Jessica Jackley fundou duas startups. A primeira, Profounder, focada em facilitar o acesso de startups a financiamentos, fechou as portas após uma mudança de regra do governo norte-americano. A segunda, Kiva, uma fintech que permite microempréstimos a empresas em todo o mundo, continua prosperando. Quando viu que o primeiro negócio não tinha salvação, ela e o sócio precisaram decidir se desenvolviam um plano de negócios diferente ou se deixavam a empresa morrer. "O objetivo era se adaptar e continuar vivo. Mas nós tivemos aquele típico momento divino, no qual eu e o meu co-fundador nos olhamos e nos perguntamos: 'será que estamos prontos para fazer isso?'".

Ame seu trabalho

Pode parecer clichê, mas a ideia de trabalhar apenas com o que ama é algo levado a sério pelos empreendedores bem-sucedidos. "Você deveria apenas fazer coisas que gosta, e não perder tempo com aquilo que sabe que não vai fazer você feliz ou no que não vai encontrar qualquer objetivo. Seja um empresário da sua própria vida", recomenda Williams. Hastings, por outro lado, sugere cautela. "É como o que dizem sobre ser um escritor: você só deve se tornar um se não se imaginar em qualquer outra coisa", diz.

Concilie lucros com idealismo

Para Jackley, a separação entre negócios que têm o lucro por objetivo e empresas sem fins lucrativos é uma dicotomia falsa. Uma empresa pode – é, inclusive desejável – causar impacto social através de um trabalho relevante e, ao mesmo tempo, gerar lucro. "Levou um tempo até eu perceber o empreendedorismo como algo que pode ajudar as pessoas que vivem na pobreza", conclui.

Aprenda sobre vendas no meuSucesso.com. Experimente por 7 dias grátis.