Saiba onde você quer chegar, para traçar o caminho da sua empresa


O que fazer para promover o crescimento do negócio? Trata-se de uma pergunta bem ampla, afinal, muitas são as variáveis a serem consideradas quando pensamos em estruturar uma estratégia de crescimento. Isso é verdade! Porém, é na tentativa de responder a essa pergunta que srecursourgirão várias outras que ajudarão você a traçar um plano sustentável, envolvendo a empresa como um todo. Isso passa por entender exatamente o que a empresa é atualmente, para então analisar onde se pretende chegar. Se conceituarmos a estratégia como o “caminho” entre um ponto de partida e o de chegada, essa consciência sobre o negócio é fundamental para nortear todo o plano de ação a ser construído.

Por exemplo: Em qual fase a sua empresa se encontra nesse momento? Qual o seu entendimento do mercado? Quem são seus clientes? Quem são seus concorrentes diretos e indiretos? Como o mercado entende o seu negócio? Como seus produtos refletem sua proposta de valor? Seu portfólio ainda garante a competitividade do negócio? Enfim, essas são apenas algumas das perguntas que normalmente precisamos responder a fim de sabermos exatamente qual é o nosso ponto de partida. Parece óbvio, mas quando tentamos tornar essas respostas explícitas, de maneira formal, tal obviedade não se mostra tão clara assim. Muitos dos profissionais com quem eu converso e lido no meu dia-a-dia de consultoria, sejam executivos ou empreendedores, têm sérias dúvidas sobre essas questões e alguns sequer pararam um dia para analisa-las de fato.

Reconhecer o ponto de partida também diz respeito aos seus recursos e capacidades internos, ou seja, sua estrutura física atual, seus recursos financeiros, profissionais, tecnológicos, suas habilidades e conhecimentos específicos. Entender a capacidade atual da empresa de transformação dos seus imputs nos resultados desejados é fundamental, pois é essa consciência que ajudará a empresa a reconhecer seus gaps internos, tanto operacionais como estratégicos, que precisarão ser desenvolvidos em função de onde a empresa pretende chegar, lembrando que o crescimento implica em aumento de complexidade do negócio.

Existe uma máxima que diz: por que esperar algo diferente se continuo fazendo tudo igual? O CEO e fundador da empresa global de consultoria Bright House, Joey Reiman, expressa essa máxima dizendo: “Não podemos nos tornar quem precisamos ser continuando os mesmos, seja como indivíduos ou como organizações”. Essa colocação mostra claramente a importância que precisamos dar para a análise do que a empresa é no momento atual, para então saber o que precisa ser mudado a fim de construir um futuro diferente.

E para falar sobre o futuro, vou recorrer novamente a uma frase também conhecida e tão importante quanto à apresentada acima, que diz: qualquer caminho serve se não soubermos aonde queremos chegar. E aqui surgem novos questionamentos sobre qual a visão de futuro do negócio em função das oportunidades e ameaças do mercado, seus objetivos estratégicos de longo prazo, ou seja, no que a empresa quer se transformar em função do seu ambiente externo.

O resultado da combinação dessas duas colocações resulta na ideia de que realmente a inação não leva ninguém a lugar algum, mas a ação, sem um objetivo claro e bem definido, pode nos levar a um lugar que não seja exatamente o pretendido.  E mais, quando não enxergamos a empresa no longo prazo, as decisões se tornam mais vulneráveis a movimentos que não necessariamente conduzam o negócio pelos melhores caminhos, encurtando assim seu horizonte de crescimento.

Um exemplo dessa forma de construir a rota de crescimento do negócio é o caso da Hering, empresa do setor têxtil, que construiu seu plano de crescimento ao longo de mais de uma década, quando nos anos 90 a empresa começou a reformular seu modelo de negócio, visando enfrentar um novo cenário competitivo de produtos importados, segundo matéria publicada há dois na revista Exame. Ou seja, visão de longo prazo associada ao conhecimento do negócio, que foi sendo transformado ao longo do tempo.

Portanto, a capacidade da empresa em identificar novas demandas potenciais, em função de uma visão estratégica de longo prazo bem definida, e de desenvolver seu ambiente interno, a fim de garantir sua capacidade de atração, atendimento e manutenção dessa nova demanda é o que dará sustentabilidade para o seu plano de crescimento.

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Flávio Cordeiro

Profissional com mais de 15 anos de experiência executiva nos segmentos editorial, eventos e educação executiva. Respondeu pelas áreas de marketing, planejamento e operações em empresas líderes de mercado como Folha de São Paulo, Valor Econômico e HSM do Brasil, onde foi responsável pelo planejamento estratégico, na função de diretor de marketing. Foi um dos executivos fundadores do jornal Brasil Econômico como diretor de mercado leitor, além de participar de projetos de reestruturação de canais e lançamento de novos produtos em âmbito nacional. Fundador da consultoria GD4 Estratégia &Gestão, que tem como foco o desenvolvimento de mentalidade e execução estratégica de empresas. Atua como palestrante, consultor e professor na área de estratégia, com participação nas bancas examinadoras de marketing, estratégia e TCC da ESPM. Mestre em Administração de Empresas pelo Mackenzie, com MBA em Gestão Empresarial pelo Ibmec-SP. Graduou-se em Engenharia de Produção pela FEI e participou das especializações em Comunicação Corporativa da Fundação Getúlio Vargas e Gestão de Mudanças da Business School São Paulo.