Dia destes fui convidado para facilitar um treinamento para uma empresa. A demanda: promover a interação e integração de vários diretores de empresas diferentes pertencentes ao mesmo grupo empresarial. Como subprodutos: heteroconhecimento, trabalho em equipe, favorecer troca de informações e aumento do sentido de pertencimento.
Idealizamos a abertura do evento com a palavra do CEO dando o tom e em seguida, eu, como facilitador, reafirmando os objetivos, conduziria a primeira atividade do dia que seria o World-Café, com as seguintes perguntas:
1) Quem sou eu pessoal e profissionalmente? Quais minhas maiores competências?
2) Por que escolhi essa empresa ou grupo para trabalhar? Quais os valores que tenho em comum com essa organização? O que espero do resultado de meu trabalho nessa organização?
3) O que eu gostaria que acontecesse nesse encontro? O que eu não gostaria que acontecesse nesse encontro?
Após o processamento desta experiencia teríamos uma atividade externa, um excelente e desafiador jogo visando metas e resultados, trabalho em equipe, sinergia, gerenciamento de recursos, tomada de decisão, enfim abrangente em todos os conceitos organizacionais.
Após o jogo, teríamos então um novo World-Café para o qual preparei as seguintes questões:
1)Que paralelos podemos traçar entre o jogo (em questão) e o nosso dia a dia profissional?
2) Não obstante toda a minha senioridade profissional, quais foram os maiores desafios?
3) Para mim qual foram os três aprendizados mais relevantes. Se eu tiver que levar esses aprendizados para o meu dia a dia profissional como farei para incorporá-los ao meu trabalho? Onde e como os incorporarei?
4) Qual foi o valor da troca de informações entre nós, como membros de equipe durante todo o jogo? Em nosso dia a dia profissional como e onde isto poderia nos ajudar e ao nosso grupo empresarial?
5) Quais os comportamentos, sentimentos e ideias que podem nos apoiar para que, ao terminarmos, este evento possamos dar continuidade ao nosso relacionamento, troca de informações e orgulho de pertencer a este grupo?
E, após esta dinâmica, nós faríamos o clássico Fechamento, com a seguinte questão: o que levo daqui?
Hora de submeter à agenda ao CEO. Recebo dele e de sua equipe (aí incluído o RH) os seguintes questionamentos: a ideia é boa, mas precisamos saber como você fará? Precisamos visualizar as dinâmicas.
Argumentei que, afora o agendado, a experiência e senioridade profissional e minha sensibilidade para ler grupos e pessoas fariam com que na hora decidisse quais seriam as intervenções e ou dinâmicas mais adequadas.
Isto não bastou. Percebi que estavam à procura de algo concreto, precisavam visualizar quais as técnicas que eu usaria. Não estavam se sentindo seguros. Declinaram do trabalho. Direito deles, sem dúvida alguma!
Depois do ocorrido comecei a pensar que todas as técnicas que aprendi na vida foram e são úteis, tais quais rodinhas de uma bicicleta quando você está aprendendo a pedalar. Depois, você pode tirar as rodinhas e confiar em você.
Muitas vezes ao conduzir trabalhos de treinamento, consultoria, coaching e constelação organizacional percebi que a única coisa que tenho e preciso “fazer” é praticar uma escuta ativa, estar inteiro focado no(s) cliente(s) e nas suas necessidades.
Toda a vez que utilizo o fazer (técnica), substituindo o meu ser (essência) por medo de que eu não vá atingir um objetivo desejado, significa que estou confiando mais na técnica do que em mim mesmo. Isto só atrapalha.
Em meu processo de aprendizado (lá se vão mais de trinta anos) compreendi que muitas vezes o que tenho de fazer é estar presente e apenas sair da frente (tirar meu ego) e acreditar que o que está acontecendo ali é perfeito e é o que precisa exatamente acontecer naquele momento e que a incerteza ou insegurança fazem parte do processo e vão se resolvendo na medida em que vão surgindo e, com elas, caminhamos juntos.
E, aí? Você nunca será perfeito! Está pronto para tirar suas rodinhas?
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