São muitas as situações que é preciso passar para encarar o sonho de empreender. Conheça histórias de empresárias como Carla Sarni, fundadora da Sorridents


Todos aqueles que estão trilhando o caminho do empreendedorismo, seja abrindo o negócio próprio ou tocando projetos pessoais, sabem que percorrer essa trilha não é tão fácil quanto muita gente imagina. Muitas vezes é preciso passar por perrengues complicados, enfrentar crises que levam ao estresse, como também é necessário saber lidar com a descrença.

São muitas as situações que é preciso passar para encarar o sonho de empreender. Pensando nisso, nossa equipe escolheu a história de 5 empreendedoras que são referência em suas áreas de atuação com o intuito de compartilhar momentos difíceis pelos quais elas passaram.

Carla Sarni, da Sorridents

Nossa equipe está produzindo o Estudo de Caso da empreendedora Carla Sarni, fundadora da Sorridents, que será lançado no dia 12/09, e durante esse processo aprendemos um pouco sobre como a empreendedora foi ensinada pela mãe a ter comportamento empreendedor.

Carla já começou a aprender a vender desde cedo por incentivo da mãe. Quando criança, presenciou a força e determinação de sua mãe para criar os filhos.  Mais do que isso, teve na mãe a referência de uma mulher empreendedora e independente.

A mãe levava as duas filhas para a loja da família e insistia que elas aprendessem a lidar com a clientela. E preferia que as crianças ficassem na loja vendendo do que em casa ajudando nas tarefas domésticas. Para a mãe, era melhor contratar uma faxineira e ter as filhas na loja do que contratar uma vendedora e ter as filhas em casa. O ensinamento mais valioso que Carla aprendeu com isso foi a importância de saber se relacionar com as pessoas e mais do que isso aprender a identificar perfis distintos de consumidor.

Referências sólidas: valores e princípios

Outro ponto importante na trajetória da empreendedora é a construção de uma referência sólida. A figura da mãe de Carla evidencia o quanto a nossa protagonista se baseou e construiu a sua personalidade e posicionamento fundamentado em tudo o que vivenciou e aprendeu com a mãe.

Esse comportamento evidencia algo importante: a transmissão de valores e princípios que são repassados para as próximas gerações. E para a empreendedora isso não é somente importante como também é essencial. Para ela, escola e estudos tem a sua relevância, mas não devemos deixar de observar e prestar atenção nos momentos de vida, nas experiências e situações do dia a dia.

O poder da independência: garra, força e determinação

A mãe sempre incentivou que Carla fosse atrás do que quisesse e conquistasse isso por conta própria. Foi assim que, desde criança, ela aprendeu a percorrer os seus objetivos por conta própria. Foi dessa forma que ela conseguiu juntar dinheiro, vendendo as peças de roupa da mãe, para comprar a bicicleta.

O mesmo aconteceu quando Carla decidiu sair de Pitangueiras, onde morava com a família, para estudar em Alfenas, em Minas Gerais. Ela foi estudar odontologia, mas havia um problema: como pagaria a faculdade, já que a mãe não poderia sustenta-la? Simples, Carla pegou algumas roupas da mãe e começou a vender para os colegas. Ficou conhecida como sacoleira, mas atingiu seu objetivo com êxito: nunca atrasou uma mensalidade da Universidade. Quando fala sobre o assunto, Carla costuma dizer: “Eu não me importo e nunca me importei com o que as pessoas pensavam sobre mim. Uma vez me perguntaram se eu já sofri preconceito por ser mulher. Não, mas já sofri preconceito por ser pobre. Eu não faço as coisas para agradar as pessoas. Eu faço as coisas que precisam ser feitas”.

Anos depois, logo após se formar, Carla abriu seu primeiro consultório em 1995. Em pouco mais de 11 anos, o negócio cresceu, passou de um modelo de rede própria para uma mecânica de franquias, iniciou um processo de análise de mercado e atuação visando o público da Classe C, ganhou reputação, expandiu-se para outros países e atualmente fatura cerca de R$ 200 milhões por ano.

Fabiana Franceschi, da Nacional Ossos

Como uma fábrica de barcos se tornou a primeira – e única, até hoje – fabricante de réplicas de ossos na América Latina? Uma série de fatores envolve essa história, mas uma palavra pode resumi-la: atitude. Recém-formada, a empreendedora Fabiana Franceschi, junto ao marido, Paulo Costa Silva, tinha o sonho de criar uma indústria de embarcações. Mas uma oportunidade no meio do caminho virou o leme. Eles a agarram e hoje não têm nenhum motivo para se arrependerem de terem deixado a ideia náutica para trás.

No Insight Lite, Sandro Magaldi entrevistou Fabiana, literalmente no chão da fábrica. Na Nacional Ossos, a conversa foi sobre como o casal iniciou e transformou o negócio em referência mundial (hoje só existem três indústrias iguais no mundo. Os outros dois estão nos EUA e na Suíça). Uma história inspiradora para quem empreende ou quer empreender.

Depois de se formar no curso de Egenharia Naval, Fabiana resolveu que abriria uma fábrica de pequenos barcos. O negócio chegou a sair do papel e foi tocado durante alguns anos por ela e o marido. Paralelamente, os dois começaram a produzir peças artesanais com um dos materiais utilizados na produção dos barcos, a resina. Com o dinheiro levantado com a venda de anjinhos e outros produtos da mesma linha, investiram no aperfeiçoamento do negócio de barcos.

A primeira empresa de Fabiana e Paulo estava se estruturando e tinha boas perspectivas. Mas uma proposta feita por um cliente que conheceu o trabalho do casal com artesanato mudou tudo. Tratava-se do dono de uma fábrica de próteses ósseas, que viu os anjinhos vendidos pelos dois em feiras populares, gostou e lançou um desafio: produzir um osso com a mesma técnica das peças de coração.

Ali, Fabiana e Paulo descobriram seu grande negócio. Primeiro, toparam o desafios e foram aprender como fazer a peça solicitada. Depois, encontrar o material que o cliente queria: poliuretano (até então, eles trabalhavam com fibra de vidro e resina). Fizeram, entregaram a primeira encomenda e, dali por diante, não pararam mais.

Novos pedidos apareceram e eles foram desbravar o mercado. Descobriram que quase ninguém fazia aquele tipo de produto no mundo e havia uma grande demanda reprimida no Brasil. De porta em porta, foram visitar outras fábricas de próteses ósseas. Mais tarde, vieram as escolas e faculdades, os médicos, os estudantes.

Hoje, a Nacional Ossos vende para mais de 35 países e está consolidada. Seu produto é fundamental para o ensino e o aprendizado em escolas de saúde. Os ossos também evitam que os estudantes precisem recorrer sempre a ossos reais, muito mais difíceis de se conseguir e, muitas vezes, comercializados de forma ilegal. Para as empresas que produzem próteses e precisam fazer demonstrações e testar novos produtos, as réplicas são bastante úteis e, fabricadas no Brasil, reduziram bastante os custos.

Sofia Esteves, do Grupo DMRH e Cia de Talentos

Sofia Esteves, fundadora do Grupo DMRH e da Cia de Talentos, já participou de alguns de nossos programas como também no Estudo de Caso. Com a história dela aprendemos sobre o poder do engajamento em momentos de dificuldade. O potencial de engajar e seguir em frente fez com que a empreendedora conquistasse seguidores. Assim, muitos colaboradores estão junto com ela desde que a Cia de Talentos foi criada e que, hoje, é referência mundial no recrutamento, seleção e desenvolvimento de jovens profissionais, além de arrecadar mais de R$ 30 milhões por ano.

Abaixo, selecionamos algumas passagens e momentos de superação de Sofia Esteves:

Crise com o Plano Collor

Em 1990, o Grupo DMRH enfrentou a primeira crise: o confisco imposto pelo Governo do presidente Fernando Collor. A situação econômica do país ficou um caos e muitas empresas começaram a quebrar porque não tinham dinheiro para pagar as contas e os funcionários. Dos 17 projetos de clientes em andamento para aquele ano, apenas cinco foram entregues. Em um dia, os outros 12 foram cancelados de uma única vez. Sofia Esteves conta que o escritório parou e que foi um dos momentos mais conflitantes e tensos que já presenciou.

No mesmo período, uma outra surpresa veio das consultoras que trabalhavam com ela, porém dessa vez era algo positivo. As funcionárias decidiram abrir mão do salário em prol da empresa, que estava procurando forças para se recuperar do abalo sofrido pela crise. Em poucos meses a situação se normalizou. “Falam que o mundo corporativo não tem emoção e que as pessoas só trabalham pelo dinheiro, isso não é verdade. As pessoas querem trabalhar em um lugar em que elas se sintam queridas e respeitadas”, comenta a empresária.

A gravidez de risco

Em 2001, a felicidade foi imensa quando Sofia Esteves descobriu que estava grávida do segundo filho. Porém, logo no primeiro mês, descobriu-se que a gravidez era de risco e que a empresária estava com um problema conhecido como placenta prévia, que aumenta o risco de hemorragia grave antes ou durante o parto. Um dos médicos recomendou a retirada do bebê para prevenir a saúde e evitar possíveis complicações, como por exemplo até a possibilidade de morte. Sofia Esteves ficou cinco meses de cama por recomendações médicas e seu filho nasceu com quase 7 meses de gravidez. O susto foi grande, porém com o devido cuidado e atenção dos médicos, a criança conseguiu se recuperar.

Durante o período que Sofia ficou internada, sua equipe teve que se virar para seguir com a demanda de trabalhos. Na época, apesar de ser um período difícil para a economia, a empresa teve um bom rendimento, crescendo durante o ano. “Quando voltei a trabalhar, perguntei aos meus funcionários como eles conseguiram cuidar de tudo sem mim. Responderam que toda vez que aparecia um problema, eles refletiam e faziam o que eu faria naquela situação”.

Zica e Leila Velez, da Beleza Natural

Hoje, a rede Beleza Natural é referência no segmento de produtos de beleza e corte de cabelo porque foi um dos primeiros empreendimentos a focar em um nicho específico aproveitando uma demanda pouco explorada pela maioria das grandes empresas da época. A Beleza Natural, hoje, possui mais de 2 mil funcionários e está presente em vários estados do Brasil atuando com produtos de beleza, como shampoos e hidratantes, que são voltados especialmente para o cabelo crespo.

Essa história começou quando as donas, Zica e Leila Velez perceberam que não havia produtos específicos para o tipo de cabelo iguais aos delas. Elas, então, pensaram que outras mulheres negras poderiam passar pelo mesmo tipo de situação. Elas procuraram suprir essa carência de oferta por meio do desenvolvimento de um creme próprio para cabelos crespos e ondulados.

Na década de 70, Heloisa Assis (conhecida como Zica) estava insatisfeita com os cabelos. Não queria alisá-los, mas não existiam produtos no mercado que realçasse a beleza dos seus cachos. Ela, então, fez um curso de cabeleireira e começou a misturar produtos afim de chegar até a famosa fórmula do Super-Relaxante, que hoje é o principal produto comercializado pela rede, abrindo espaço para um nicho de mercado não muito explorado no início da década de 90.

Já Leila Velez, sócia e amiga de Zica, acrescentou ao negócio um dinamismo importante porque implementou um processo de atendimento diferenciado no salão das duas. Por ter trabalhado no McDonald’s como atendente ela se utilizou da experiência para organizar um processo produtivo dividindo o atendimento em etapas. O objetivo era atender o máximo possível de clientes, com altíssima qualidade e aumentando cada vez mais a escala ofertada ao mercado.

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