Apesar de ser considerada a startup mais bem avaliada do mundo, Uber tem apresentado prejuízos nos balanços trimestrais. Mas isso pode mudar rapidamente


US$ 69 bilhões. Esse é a última estimativa de avaliação da Uber. Diversos bancos de investimento, desde a Benchmark até o Goldman Sachs investiram na empresa. No entanto, os números referentes ao primeiro semestre de 2016, apresentados no final de agosto aos investidores, não parecem animadores. No período, a empresa acumulou um prejuízo global de R$ 1,2 bilhão, sendo US$ 520 milhões no primeiro trimestre e US$ 750 milhões no segundo.

Os dados foram apresentados pelo diretor de finanças Gautam Gupta, apesar de a empresa não ser listada na bolsa de valores – em tese, ela não precisaria abrir seus números. Um dos principais motivos pelos quais o Uber não é lucrativo inclui os subsídios que a empresa concede aos usuários – o que torna os preços extremamente competitivos em relação a outros meios de transporte.

Por outro lado, o fluxo de caixa da empresa também tem aumentado. O volume de receitas passou de US$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre de 2016 para US$ 5 bilhões nos três meses seguintes. A receita líquida apresentada pela empresa subiu de US$ 960 milhões para US$ 1,1 bilhão no segundo trimestre. O aumento também foi influenciado por uma mudança de cálculo do serviço UberPool.

Não há um precedente recente para esse volume de perdas, sobretudo quando se trata de uma empresa jovem. De acordo com a Bloomberg, duas empresas que explodiram com a bolha das dotocom, Webvan e Kozmo.com, tiveram perdas combinadas de US$ 1 bilhão. Um ano antes, a Amazon registrou sua maior perda da história, US$ 1,4 bilhão. Essa marca já foi alcançada em 2015 pela Uber, e pelo jeito deve se repetir.

"É muito raro para as companhias perder tanto dinheiro enquanto tenta construir mercados significativos e brigar por fatias de mercado. O desafio interessante para elas é virar a mesa e se tornarem lucrativas, entidade com fluxo de caixa positivo", argumenta o professor de Direito e Negócios da Universidade de Stanford Joe Grundfest.

A aposta da Uber para reverter o prejuízo é a base de usuários, que vem crescendo continuamente – apesar de ser um dado mantido a sete chaves. Se a empresa diminuir ou acabar com os subsídios e os clientes continuarem utilizando o serviço, o lucro seria imediato.

Outra jogada estratégica da Uber seria o mercado chinês, que rendeu prejuízos de US$ 1 bilhão em 2015. Em julho, a empresa acertou uma operação de fusão com a Didi Chuxing, sua concorrente local, adquirindo 17,5% da chinesa. A partir de agosto, o caixa não contará com essa perda financeira.

Por fim, o prejuízo da Uber dentro dos Estados Unidos – US$ 100 milhões – foi menor do que sua concorrente local, o Lyft, que acumulou US$ 315 milhões em perdas. A Lyft já considerou uma venda para outras empresas de tecnologias e automóveis, incluindo a própria Uber. No entanto, essa opção foi descartada publicamente pelo CEO Travis Kalanick. O receio era de que o crescimento da rival no mercado interno pudesse forçar uma fusão indesejada.

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