Eloi D’Avila, fundador da Flytour, em 2018, faturou 6,2 bilhões. Mas o caminho que ele precisou fazer entre os dois extremos foi marcado por muitos desafios.


Contar histórias de casos de sucesso, em que pessoas saíram do nada para alcançar faturamentos astronômicos, que superaram adversidades inimagináveis mas que nunca desistiram é uma enorme satisfação e faz com que o leitor encontre a inspiração que procura quando pensa que, pra ele, nada dá certo. Um empreendedor em início de carreira não imagina quantos nãos, quantas vezes as portas se fecharam e quantas vezes aquele que hoje fatura alto, precisou juntar seus cacos e pensar, ok, vamos tentar novamente. A vida de um empresário bem sucedido é feita de altos e baixos, empreender requer coragem pra enfrentar as agruras dessa jornada.

A plataforma de ensino do meuSucesso tem mais de 40 estudos de casos, e a cada seis semanas um novo personagem entra para o hall para contar suas trajetórias. Histórias de todos os tipos, desde sobre os que começaram do nada, aqueles que empreenderam por pura necessidade, os que nasceram com o DNA de fazer acontecer, os que herdaram o negócio da família e muito mais. E hoje, aqui no blog, vamos resgatar um case antigo, mas que traz uma história incrível de superação, cheia de emoção, de um personagem que foi morador de rua, que pensou em tirar a própria vida ainda na infância mas que, ao ter uma oportunidade, agarrou e, mesmo com muitas dificuldades, foi em frente e hoje é um ícone do Turismo não só do Brasil, mas do mundo.

Eloi D’Avila

Um menino que fugiu de casa ainda criança, superou a gagueira, a miséria, foi criado pela irmã sem referência de uma família com pai e mãe. Eloi D’Avila, fundador da Flytour, em 2018, faturou 6,2 bilhões, mas o caminho que ele precisou fazer entre os dois extremos foi marcado por muitos desafios. 

Nasceu no Rio Grande do Sul, numa família muito pobre, foi o décimo quarto filho, e desde cedo teve de enfrentar com coragem as adversidades da vida. Com a morte da mãe, quando tinha apenas um ano e meio, o pai se viu obrigado a doar seus filhos, pois não tinha condição de criá-los. Elói passou a ser criado pela sua irmã mais velha, que havia se casado aos 14 anos e que, mesmo com grande dificuldade, ajudava os irmãos menores. Apesar do acolhimento da irmã, por problemas com o cunhado, Eloi decidiu fugir de casa em busca do sonho de uma vida melhor, mas o Juizado de Menores o prendeu na rua e o pai o encontrou lá. Não satisfeito, duas semanas mais tarde, ele fugiu de novo, dessa vez, rumo a São Paulo. De carona em carona, parou na cidade de Rio Negro e se tornou ajudante numa padaria, mas criança que era, em um dia derrubou a fornada de pães o que enfureceu o padeiro, que lhe deu um soco na boca. Eloi perdeu os dois dentes da frente, fugiu de novo e chegou em São Paulo. Foi na sarjeta que conheceu  Manuel, um senhor que lhe deu abrigo. A partir de então, passou a trabalhar carregando malas em hotéis e foi na capital paulista que conheceu dois amigos com os quais foi para o Rio de Janeiro procurar uma nova oportunidade.

Na cidade maravilhosa, fez amizade com funcionários do Copacabana Palace e também um guia turístico. A partir disso, Eloi conseguiu um emprego na Stella Barros, agência de turismo. Dona Stella, dona da empresa, o ajudou para que ele saísse das ruas e então ele passou a dormir num sofá de dois lugares, dentro da agência. Mais do que isso, ela o auxiliou, inclusive, com tratamentos dentários e com os estudos porque Eloi, além de gago, não falava o português corretamente. Esse apoio ele recebeu da Dona Stella até completar 17 anos.

Esse gaúcho queria muito vencer na vida, e mudou-se novamente e, em São Paulo, passou a trabalhar no Banco Bradesco, onde conheceu sua esposa. Depois de um tempo, foi para as Linhas Aéreas Paraguaias, empresa que fez com que ele se tornasse um bom vendedor. A empresa não era séria e lhe causava muitos problemas, e mesmo com seu total comprometimento como gerente comercial, perdeu o emprego. Sem dinheiro, vendeu sua casa para quitar suas dívidas e alugou uma para morar em condições tão ruins que era infestada de baratas. Nessa época, Elói já tinha dois filhos e ao receber uma sala comercial no Hotel San Rafael emprestada de um antigo amigo, começou a trabalhar num projeto novo, do zero e sem clientes. Ali, sua grande virada começava a ser escrita e nascia a Flytour.

Sua empresa foi tomando forma e crescendo, mas o caminho tortuoso continuou e no início dos anos 1990 uma grande crise financeira assolou a Flytour,  sua empresa quase quebrou e isso lhe trouxe uma série de aprendizados, especialmente sobre ter inteligência emocional e se manter firme no planejamento de recuperação. Mas para se recuperar de compromissos financeiros e manter a companhia de pé, Eloi se desfez de 14 apartamentos num dia só. Encarar as crises e superá-las fez parte da toda a trajetória de Eloi D’Avila e hoje a Flytour tem mais de 1.500 colaboradores em todo o Brasil e cerca de 220 pontos de vendas, incluindo os franqueados. É uma empresa que está sempre em busca da inovação e da diversificação do negócio. Por isso, continua crescendo, ano após ano, crise após crise.

No documentário, ‘O Andarilho’, você vai poder se aprofundar na história de vida e superação, nas fortalezas e o que o levou tão longe, as maiores dificuldades – incluindo a beira da falência mais de uma vez, os desafios, seus diferenciais e sua visão de futuro.