O autor inglês John Howkins define economia criativa como "processos que envolvem a criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos". Ou seja, Economia Criativa é uma linguagem utilizada para classificar negócios, produtos, atividades ou serviços criados a partir do conhecimento, da criatividade ou do capital intelectual de indivíduos.
Além dos benefícios econômicos, é perceptível a grande contribuição da economia criativa para o desenvolvimento social e qualidade de vida de cidadãos que desenvolvem as atividades que compõem a área, uma vez que elas estimulam o crescimento pessoal de forma sustentável, utilizando-se basicamente do talento e conhecimento de cada um.
Podemos afirmar que "negócios criativos" se diferenciam dos mais tradicionais, como a agricultura e o comércio, por exemplo, pelo fato de seu foco ser a produção de bens – tangíveis, intangíveis, intelectuais e artísticos – com determinado valor econômico mas, principalmente, conteúdo criativo.
Como atividades principais se destacam as do setores de moda, música, design, cultura, tecnologia, mídia, entre outros, o que inclui projetos para rádios, emissoras de televisão, cinema e fotografia.
"A economia criativa pode ser entendida como as dinâmicas sociais, culturais, econômicas e territoriais existentes a partir da criação, produção, distribuição e consumo dos bens e serviços produzidos pelos setores criativos", analisa João Luiz de Figueiredo, coordenador do Núcleo de Economia Criativa da ESPM.
Atualmente, a área é uma das que mais gera renda e contrata funcionários em todo o mundo, além de bater recordes no desenvolvimento de projetos e exportação. Dados do Relatório de Economia Criativa de 2013, elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), apontam que o setor atingiu o recorde de faturamento de US$ 624 bilhões em 2011.
Ainda segundo o relatório, as atividades culturais representam em média, 5,2% do PIB de mais de 40 países, entre eles está a Bósnia e Herzegovina (5,7% do PIB), Equador (5%) e Argentina (3,5%).
Economia Criativa no Brasil
O setor também se destaca aqui no Brasil. Em 2011, 2,7 % do PIB brasileiro foram oriundos de negócios do ramo, segundo dados da pesquisa mais recente sobre o assunto, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a Firjan.
Com o resultado, o Brasil passou a ser um dos maiores do mundo no que diz respeito à produção criativa no mundo, superando gigantes como a Espanha e a Itália. Entre os líderes desse ranking estão o Reino Unido, a França e os Estados Unidos.
Entre os setores que mais contratam estão os de Arquitetura e Engenharia, com 230 mil trabalhadores, e Publicidade e Design, com 100 mil profissionais cada.
São Paulo é o estado que mais contribui com os números brasileiros. No entanto, é o Rio de Janeiro que lidera o ranking no quesito importância do setor para o PIB. A prova disso é que a área representou 4% do PIB estadual do Rio de Janeiro em 2006, segundo a Firjan.
"Diante desses números, o poder público brasileiro, em todos os seus níveis, tem se dedicado a fomentar a economia criativa, como são os casos da incubadora Rio Criativo criada pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro; os incentivos fiscais oferecidos em Recife para empresas atuantes na economia criativa; ou definição da economia criativa como setor estratégico do desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro. Além disso, em quase todas as grandes capitais brasileiras existem discussões para se entender e potencializar a economia criativa, como em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte.", relata João Luiz de Figueiredo.
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