Muitas vezes devemos deixar de pensar no status e nos preocuparmos com o que gostamos de fazer


Uma vez me perguntaram o que eu achava do famoso Status Quo. Meio sem pensar muito e rápido saiu: “Eu acredito que o Status Quo existe para eu tirar sarro da cara dele”. A pessoa que me questionou ficou meio chocada e justamente pela forma da resposta notou que poderia ser verdade. No entanto, essa pergunta me fez pensar sobre o tema, no funcionamento da mente e o que fazer em relação a isso.

Lembre dos últimos 2 filmes de sucesso que você viu. Vai dizer que não tinha aquele formato clássico de uma pessoa que fazia as coisas meio erradas, mas no fundo parecia ser boa. E logo surgia um novo personagem agradável que se esbarra com o principal. No início não se entendem tão bem, passam por algumas situações, começam a se acertar, acontece algo muito complicado mas no final tudo dá certo. Seja qual for o contexto, ambiente e aventura, garanto que a maior parte dos filmes tinha essa dinâmica, certo? Mas, o que isso tem haver?

Ora, o Status Quo é quando você já consegue prever, com alto grau de assertividade, aquilo que vai acontecer. Como esses filmes, é simplesmente esperar para ver e pensar “eu sabia”. Pode mudar um pouquinho a forma, personagens e afins, mas tudo acaba na mesma.

Agora pense se você conhece muitas pessoas que estão nessa, ou até você mesmo. Tudo parece que já sabe onde vai dar e o que vai acontecer. Porém, a vida não é única? Você não acha incrível, quando diferentes experiências, histórias e aprendizados surgem na jornada?

Muitas pessoas justificam: “Sim, isso é legal, mas eu prefiro a segurança de saber o que vai acontecer.” Eu não acredito. Afinal, a sua mente busca novidades e desafios. Isso é natural dela. Claro que é possível usar essa desculpa por ter medo de arriscar ou por não aceitar que vive no famoso lugar de milhares de pessoas – o Status Quo.

E o que pode ser feito?

Pensando em diversas experiências, conhecimentos da neurociência e comportamento humano, gostaria de indicar duas ações que vão lhe ajudar consideravelmente:

1º) ESTAR PRESENTE:

É comum nos dias de hoje, você estar fazendo uma coisa com a cabeça em outra. Por exemplo: lavando o rosto pensando nos e-mails, responder os e-mails pensando no almoço, tomando cafezinho pensando no livro que ficou de ler, estar em uma reunião pensando nas atividades que estão se acumulando e o que o seu amigo falou no whatsapp… e assim vai, uma ação após a outra, sem você estar ali, vivendo o momento – SIZE THE DAY CAPTAIN

No momento em que você começa a realmente viver aquilo que faz, a sua percepção aumenta, pois é mais fácil notar o porquê, com que sentido, onde aquilo está te levando… Você tem condições de perceber se esse é o “filme” que vem se repetindo há tanto tempo e poderia ser diferente, poderia ser melhor.

2º) EXPERIMENTAR:

Apesar de parecer obvio, não é tanto. Pois, o quanto você realmente tem experimentado fazer diferente, desviar do que é esperado? Claro, que antes você precisa se dar conta (esteja presente) de tudo que está acontecendo, para perceber a possibilidade de ousar. Você é muito previsível? As pessoas já sabem o que você vai fazer e como? Afinal, como fala Alex Born “quanto mais previsível você é, mais vulnerável você se torna”.

Você já pensou se nunca tivesse experimentado a sua comida favorita? E a sua bebida? E se nunca tivesse aprendido a sua habilidade ou característica mais forte? Muito disso você conheceu ou aprendeu por modificar, ir pelo outro lado, fazer o que não era esperado.

E se der tudo errado? Ótimo, você ganha uma bela história e um aprendizado – me parece até um bom negócio, afinal se der certo você também ganha.

Lembre-se que as os momentos mais memoráveis, aquelas histórias que você conta e empolga tantas pessoas serão aquelas que não foi feito o esperado, o Status Quo não foi convidado a comparecer. Portanto, como você quer contar a sua jornada? Será como aqueles filmes sonolentos que você coloca para pegar no sono, ou aquele que de tão empolgante e inusitado te dá uma insônia e você quer contar para todo mundo?

A escolha é a sua, mas, se for a mesma que a minha, esteja presente e experimente.

Por fim, gostaria de deixar uma frase que gosto de provocar as pessoas – As melhores histórias da sua vida estão muito longe do seu Status Quo.

Bruno Perin

Bruno Perin, empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Graduado em administração de empresas pela UFSM, especialista em Marketing Experience, pesquisador em Neuromarketing e Startups. Integrante do grupo dos 200 maiores talentos brasileiros pelo Virtvs Group, é referência marcante da nova geração no marketing, sendo responsável por várias campanhas impactantes nas redes sociais em 2011/12. Com experiências em palestras nacionais e internacionais, é considerado fomentador do empreendedorismo e da disseminação do conceito de startup no país. Conectado com os mentores desse tipo de programa no mundo, estuda o implemento e o funcionamento das startups, sendo apontado como evangelista da Geração Y/Z. É o grande nome do Neuroempreendedorismo no Brasil e um dos maiores incentivadores atualmente.