O que você faz para inovar ou reinventar seu negócio? Alexandre Ostrowiecki e Renato Feder levaram a sério esse questionamento ao mudar o rumo da Multilaser e transformar a empresa em uma das maiores fabricantes de eletrônicos do Brasil, que hoje fatura mais de R$ 2 bilhões. De uma companhia que importava, fabricava e vendia cartuchos de impressora, o negócio se diversificou e começou a fabricar celulares, tablets, mouses, entre outros produtos. Atualmente, a empresa possui mais de 3 mil itens em seu portfólio.
No terceiro episódio do Estudo de Caso, Alexandre Ostrowiecki revela o que fez para fazer a alavancagem de canal e de produto e explica em detalhes como foi a operação.
Alavancagem de canal e de produto
A alavancagem de canal foi feita a partir do momento em que ele e seu sócio começaram a produzir outras linhas de produto, abrindo novos canais. A estratégia foi feita porque eles acreditavam que continuar produzindo e vendendo cartuchos não seria benéfico à empresa porque esse mercado já estava demonstrando perda de espaço e valor. “A gente tinha uma tese de que nosso negócio era muito ruim. Na época do meu pai a venda de cartucho de impressora compensava, você comprava um por 4 reais, reabastecia e vendia por 40. Com o tempo começou a subir de preço, imposto, custo e etc. Além disso, era dominado por coleta de sucata. Tinha muita máfia e começou a ficar um negócio ruim”, revela Alexandre.
O ano de 2004 foi marcado pelo lançamento da linha de informática, que incluía CD, DVD e mouses. Dois anos depois, os aparelhos eletrônicos começavam a fazer parte da linha de produtos da Multilaser. Neste ano foram lançados aparelhos de som, acessórios para notebook, MP3 player, câmera digital e MP4.
Em 2011, a Mulilaser investiu em novas linhas de produtos, visando a oportunidade crescente no mercado de eletrônicos, e lançou diversos modelos de tablets. Dois anos depois, Alexandre criou um novo braço da Multilaser, a Multikids, marca com 32 linhas de produtos na categoria de brinquedos, esportes e eletrônicos, voltados para o público infantil.
O empreendedor revela que como são muitas linhas totalmente diferentes é preciso ter diversas unidades de negócio para atender cada uma, é preciso tratar como setores diferentes e ter equipes voltadas somente para cada linha, com atenção total a esses produtos.
Erro grave e solução
Um dos grandes erros de Alexandre foi exatamente ter se descuidado da qualidade do produto e de todo processo visando a quantidade, ele queria vender mais e ter um retorno rápido, mas aprendeu que na prática não é bem assim e muitas vezes um passo em falso pode levar a empresa a uma grande crise. “Em 2013 a gente vendeu muito e quando você via o retorno de campo percentualmente não era tão grande. No Natal fizemos a maior venda, vendemos 70 mil tablets e eles tinham um bug de software que escapou, que não pegava no teste, mas que travava algumas semanas depois E isso quase arruinou a empresa em 2014. Teve reclamação o mês todo e o SAC ficou sobrecarregado”, comenta Alexandre.
Essa experiência foi essencial para ele aprender o que pode quebrar uma empresa. Ele conta que faz um mapeamento de catástrofes que podem levar a empresa à falência ou a uma crise e avalia quantos desses acontecimentos podem acontecer seguidamente que podem colocar o negócio em risco. Incêndios em fábricas, estratégias falhas de vendas, problemas nos aparelhos e recalls são alguns dos nintens.
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