Referência entre muitos empreendedores faz de Klein um nome conhecido entre os executivos do mundo todo


Um empresário à moda antiga, dizem alguns. Centralizador, complementam outros. Um empreendedor agressivo, que tomou conta do mercado, também dirão. Talvez Samuel Klein seja mesmo tudo isso. Mas essas definições não são suficientes para descrever esse que foi, sem dúvidas, um pioneiro que reinventou o varejo no Brasil. 

Estudado pelo pesquisador indiano-americano C. K. Prahalad em suas análises sobre a riqueza na base da pirâmide social, o fundador das Casas Bahia abriu as portas do consumo para as faixas de menor poder aquisitivo e construiu um império com isso. 

Hoje, as Casas Bahia integram a Via Varejo, responsável por administrar também o Ponto Frio, que durante anos foi o principal concorrente da companhia fundada por Klein. A empresa pertence à holding Grupo Pão de Açúcar (GPA).

Há alguns anos, Samuel Klein já não participava das atividades das Casas Bahia, que ficaram sob responsabilidade de seus filhos até a aquisição pelo GPA. A família manteve-se como acionista minoritária no grupo por um tempo, até desvincular-se de vez.

Falecido no último 20 de novembro, aos 95 anos, Klein deixou um legado importantíssimo para o mercado brasileiro, que não se resume a cifras e negócios de sucesso. Sua visão influencia e ainda influenciará muitos empreendedores.

Filho de judeus poloneses, viveu na Alemanha e escapou do holocausto. Nos anos 1950, chegou ao Brasil, onde começou a empreender. Iniciou sua carreira como mascate, vendendo para os trabalhadores do ABC Paulista. Foi lá que começou a formar sua carteira de clientes, que passou de 10 milhões quando da venda das Casas Bahia.

Algumas frases suas explicam muito bem como ele percebia o mundo e o mercado. Confira abaixo:

“Sucesso é simpatia, humildade, querer bem ao próximo”. 

“Sucesso também é saber fazer conta, ser bom de matemática”

“A gente precisa entender que ninguém consegue nada trabalhando com rico, porque ricos têm poucos e pobres têm muitos”

“Se você vende para um trabalhador e ele fica desempregado, não tem como pagar a prestação, nós o convidamos para vir fazer algum acordo. Tratamos o cliente bem e depois nós vendemos de novo para ele. Eu limpo o nome deles e eles voltam a comprar”.

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