Antes de respondermos a pergunta que dá título a este artigo, façamos mais algumas questões: O que é inovação e por que, para acontecer, ela precisa estar integrada de fato à cultura da organização, cidade ou país? Na busca por respostas a essas interrogações, nos aproximamos da explicação que queremos sobre o Vale do Silício. A equipe da série “Disrupt, Inside Silicon Valley” foi até os EUA entender melhor tudo isso e trouxe de lá vários conhecimentos para você. Aqui, apresentaremos alguns destaques.
A gente costuma acreditar que uma inovação nasce de um estalo, um insight, um instante supremo de iluminação. Mas não é bem assim que as coisas funcionam. Obviamente, aquele momento chave em que você percebe uma oportunidade ou chega a uma solução existe e é muito importante. Mas ele é só parte de um processo bem mais longo. Processo: esta é a palavra base quando se fala em inovação.
Um case muito famoso é o da invenção do post-it, aquele papelzinho com adesivo atrás, que usamos para colar recados e lembretes no computador, no mural ou na geladeira. O produto teve origem em outra invenção: uma supercola que a 3M queria desenvolver. Não deu certo. Mas eles perceberam que aquela cola fraca, que resultou do primeiro protótipo, poderia servir para fazer colagens não definitivas.
Perceba que se não houvesse dentro da 3M uma cultura de inovação, muito provavelmente aquela ideia inicial teria morrido. Foi a predisposição a analisar, buscar alternativas e desenvolver novas soluções que permitiu a conversão de um fracasso em um sucesso.
Isso exemplifica, de certa maneira, o que acontece no Vale do Silício, um ecossistema construído no entorno de uma universidade que encampava a missão de coordenar o desenvolvimento de novas tecnologias espaciais e armamentistas durante a Guerra Fria, a Stanford. Desde os anos 1950, quando a região começou a ter espaços arrendados para empresas disruptivas, criou-se ali um ambiente extremamente prolífico para a inovação.
Todas as empresas que passaram a se instalar no Vale precisavam (e continuam precisando) ter em seu corebusiness a inovação, ou seja, a pré-disposição para criar soluções novas. Era, é e sempre será a missão de qualquer negócio naquela região: gerar inovações de alto impacto.
Isso produz um efeito em toda a cadeia envolvida, impactando os profissionais atraídos para a região, as companhias que fornecem insumos para as que estão instaladas lá e o mercado que é abraçado pelas companhias.
Num ambiente em que se respira inovação e todos os atores que fazem parte da cena estão treinados para agir em busca da disrupção, tudo flui. É a subversão da parábola da maçã podre. Aqui, um fruto de alto nível espalha excelência para os demais.
Saiba mais sobre o assunto na série “Disrupt, Inside Silicon Valley”.
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