Formas alternativas de investimento podem ser uma boa opção para os negócios


O termo “Investidor-Anjo”, originalmente Angel Investor ou Business Angel, foi cunhado nos EUA no início do século XX para designar os investidores que bancavam os custos de produção das peças da Broadway, assumindo os riscos e participando de seu retorno financeiro, bem como apoiando na sua execução. O conceito evoluiu para o investimento efetuado por pessoas físicas, normalmente profissionais ou empresários bem sucedidos, em empresas iniciantes (startups), fornecendo não somente capital financeiro, mas também intelectual, apoiando o empreendedor com experiência e conhecimento – conhecido como Smart-Money.

O Investidor-Anjo recebe pelo seu investimento uma participação societária no negócio, minoritária e não tem posição executiva na empresa, mas atua como um conselheiro orientando os empreendedores e participando das decisões estratégicas da empresa, aumentando muito as chances de sucesso, bem como acelerando o desenvolvimento do negócio.

O investimento-anjo em uma empresa é normalmente feito por um grupo de 2 a 5 investidores, tanto para diluição de riscos como para o compartilhamento da dedicação. Vale observar que a tendência mais atual e eficiente para o investimento-anjo é a designação de um investidor-líder (Lead Investor ou, se o seu investimento for com trabalho apenas, como Deal Leader) que faça a pré-avaliação do projeto e a negociação com o empreendedor, para que este então seja apresentado a outros investidores-anjo (chamados neste caso de seguidores ou followers). Com isto o processo de investimento é mais rápido e efetivo, pois efetivar todo processo em grupo pode ser muito lento, uma vez que até marcar uma simples reunião poder ser um verdadeiro desafio para conciliar as agendas de todos, sem contar que obter consenso pode levar meses.

É claro que o investidor-líder deve ter uma remuneração pela sua dedicação adicional, mas não em dinheiro e sim tendo uma diferenciação na sua participação percentual do negócio, devendo para tanto ter disponibilidade de tempo para efetivar todo processo. Nada impede que um mesmo investidor-anjo atue como líder de um negócio e seguidor de outro; isto até aumenta sua produtividade e oportunidades. Por outro lado, se a atividade principal do investidor-anjo for outra e tiver pouca disponibilidade para dedicar-se a conduzir todo processo, é recomendável que busque ser um seguidor.

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Cassio Spina

Engenheiro eletrônico formado pela Escola Politécnica da USP, foi empreendedor por 25 anos na área de tecnologia, atualmente exercendo a atividade de investidor anjo para startups e advisor/conselheiro de empresas. É o fundador da Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos de fomento ao investimento anjo e da Altivia Ventures, empresa de investimentos e advisoring. Também é colunista/colaborador de diversas publicações, mentor da Endeavor, conselheiro de empresas e autor dos livros “Dicas e Segredos para Empreendedores” e "Investidor-Anjo - Guia Prático para Empreendedores e Investidores".