Se você não ouviu falar de Deadpool nos últimos tempos, talvez não estivesse neste mundo. O filme do herói da Marvel já é sucesso de bilheteria, mesmo com poucas semanas em cartaz. Segundo a “Entertainment Weekly”, o longa arrecadou mais de 132 milhões de dólares somente no fim de semana de estreia, número que o levou a quebrar o recorde de US$ 100 milhões na estreia para filmes com restrição etária. No Brasil, Deadpool tem classificação indicativa de 16 anos e, nos EUA, de 17.
Considerando o primeiro final de semana de exibição, o filme também conseguiu o marco de maior bilheteria de um diretor estreante. Individualmente, os números da sexta, do sábado e do domingo de estreia também quebraram recordes de maiores bilheterias por cada dia, considerando filmes com restrição etária. As pessoas no 20th Century Fox, estúdio responsável pelo filme, devem estar muito felizes. Deadpool rendeu a maior bilheteria de lançamento da história da companhia, a um custo de 58 milhões de dólares (que não é alto em relação a filmes similares).
A questão para nós é: de onde veio todo esse sucesso? O filme era aguardado por nerds e aficionados por quadrinhos, claro, mas as audiências que saíram de casa para assistir Deadpool extrapolaram esse grupo. Que estratégias de marketing foram responsáveis por isso? Vamos dar uma olhada.
Ah, a Internet!
O marketing digital foi essencial para a conexão de Deadpool com o público. Ryan Renolds, ator que encarna o personagem e também aparece como produtor do filme, participou ativamente de toda a comunicação do longa, postando imagens divertidas em seu Instagram, Twitter e Facebook. O ator fez aparições constantes nas redes sociais, feiras nerds, talk shows e vestindo literalmente a roupa do personagem antes e depois da estreia em várias ocasiões. Tudo isso sendo reproduzido nas mídias sociais para alcançar o público. O mercenário tagarela, como também é conhecido Deadpool, ganhou até um perfil no aplicativo de paquera Tinder.
Toda a estratégia de comunicação foi totalmente alinhada às características do personagem: linguagem sempre assertiva, irreverente, sarcástica, com palavrões e piadas sugestivas, puxando o público sempre pelo humor. "A zueira não tem limites" é a máxima da comunicação do filme. No Brasil, Deadpool adaptou a comunicação para a realidade local. A página do filme no Facebook, que conta com mais de 4 milhões de curtidas, fez postagens divertidas com referências a Wesley Safadão e ao aniversário de São Paulo. Vários memes e datas como o Valentine's Day, nos EUA, também foram explorados nas redes sociais. Todas as ferramentas de divulgação – trailers, aparições, entrevistas, postagens nas redes sociais – seguiram essa linha divertida. A coerência da divulgação fortaleceu a marca do filme.
O longa foi divulgado também como "a mais linda história de amor de todos os tempos", com cartazes românticos fazendo referências a filmes do gênero. Deadpool é uma comédia, mas a brincadeira com o gênero do filme romântico parece tão absurda e discrepante (imagine um super herói fazendo poses sexy em um pôster) que passa a chamar atenção das pessoas pelo humor e curiosidade para saber o que é aquilo. Referências a vários outros filmes e heróis (Wolverine, Homem-aranha) também foram feitas, com postagens sempre satirizando e ironizando os longas originais.
O boca a boca
Após a estreia, o poder do filme se dá também por sua própria estrutura narrativa irreverente e no que isso causa nas pessoas. O humor dentro e fora das telas é marcante. "Há uma onda favorável também pelo Deadpool: o boca a boca. As risadas garantidas que o longa-metragem provocam dentro do cinema agradam o público e se tornam recomendações espontâneas para outras pessoas. Essa bola de neve do boca a boca só aumenta o sucesso e seu público", afirma Fábio Bandeira de Mello, empreendedor e diretor de Assinaturas do Administradores.com em artigo que analisa o fenômeno Deadpool.
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