Há quinze anos, Rony e seu amigo Fernando Sigal decidiram criar uma marca de roupas para homens. O começo foi despretensioso, com Rony e Fernando oferecendo calções para amigos na academia.
Logicamente, para quem não era da área de moda, muitos erros foram cometidos. No início, por exemplo, ele não sabia qual era o local certo para “imprimir uma imagem no calção”.
Mas hoje é inegável que Rony se tornou a cara do varejo e é uma das referências quando o assunto é empreendedorismo e atitude. Veja alguns erros e acertos de Rony que podem ajudar a destravar alguns insights para você.
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O Início
Rony é um engenheiro de formação e já trabalhava na área quando decidiu largar tudo para empreender. Indo para um ramo totalmente diferente, era normal que equívocos acontecessem. Mas indo além dos erros iniciais de quem está começando, a falta de conhecimento de Rony com relação ao mundo da moda, na verdade construiu uma ponte com o público.
A Reserva pode se assumir como uma marca que não entendia tanto assim de moda, mas que estava afim de conversar e entender mais, se abrir, aprender e criar novas possibilidades juntos. Dessa maneira, a Reserva se tornou uma marca de moda para quem não é tão ligado na moda. O que significou o primeiro grande pulo da marca carioca.
A experiência do cliente
Outro grande diferencial que é facilmente notado na marca é a experiência do cliente. É algo totalmente pensado para ser uma grande mesa de bar, onde você se senta, troca uma ideia, ri muito e, se quiser, sair com uma peça de roupa.
O intuito de Rony sempre foi criar um local onde o homem não se sentisse constrangido, que pudesse perguntar qualquer coisa, que tivesse a oportunidade de relaxar depois de um longo dia de trabalho. A Reserva tornou o hábito de consumir moda entre os homens algo prazeroso e acessível ao grande público. Isso se deve também ao fato de que os vendedores eram quase amigos, pessoas próximas que tinham paixão pelo interesse do cliente. Aqui vamos para o nosso próximo ponto.
A cultura forte
“Se o cara tem vergonha de ser vendedor, é claro que ele não vai fazer isso com paixão”. Essa frase de Rony Meisler mostra muito como a Reserva tratou a cultura interna da empresa. É um sentimento de pertencimento, de orgulho e de fazer parte que não se encontra em muitos lugares.
Uma das primeiras ações da Reserva foi criar rituais e cultura próprios, que ia além de um playbook de recursos humanos. Os verbetes da cultura interna foram escritos pelos próprios colaboradores. Isso ajudou a reter talentos e pessoas-chave para o sucesso da marca. Como o próprio Rony diz “eu tive muita sorte que as pessoas essenciais para o processo entraram logo no começo”.
Um erro de cálculo
Não dá pra acertar todas as vezes, mas é possível corrigir o erro e aproveitar as oportunidades que o aprendizado traz. Há sete anos surgiu a “Use Huck”, marca de camisetas criada dentro da Reserva em parceria com Luciano Huck.
As camisetas lisas eram vendidas conforme as artes eram pedidas. “Na coleção de carnaval, já tínhamos as fotos dos modelos e colocamos as frases no photoshop. A equipe virou a noite aplicando e subiu no site, por engano, uma arte de uma camiseta adulta em uma fotografia de criança. Ela ficou vinte minutos no ar, mas quando tiramos já tinha se formado um tsunami de críticas”, conta Rony Meisler.
A parceria foi desfeita pois as pessoas acreditavam que era o próprio Huck quem havia feito isso. E aí vem a jogada do empreendedor para mudar o cenário. “Eram 30 pessoas trabalhando ali. Em qualquer companhia, elas seriam mandadas embora. Foi então que criamos um negócio ‘whitelabel’, que presta serviços para toda e qualquer marca de conteúdo na internet que deseja ter uma lojinha de camisetas. Usamos nossa infraestrutura para montar esses negócios”, conta. O projeto ficou 10 vezes maior que o anterior.
O ápice da Reserva e a reinvenção
A Reserva chegou ao ponto alto do seu sucesso com diversas marcas associadas ao grupo e também muitas unidades espalhadas por todo o Brasil. E o que acontece com uma marca depois que ela atinge o sucesso?
No caso da Reserva, foram muitas dificuldades e crise de imagem que geraram algumas complicações nos últimos 5 anos. O público mudou e muito a forma de consumir, isso significava que não havia mais espaço para fazer as coisas do mesmo jeito. O varejo já era outro.
Com a venda da Reserva para a Arezzo em 2020 por mais de 700 milhões de reais, Rony Meisler se tornou CEO da AR&CO e experimentou uma verdadeira reinvenção. Ele entendeu o comportamento do novo consumidor, soube aliar a tecnologia com a experiência única da Reserva e os resultados foram vistos em um ano.
Nesse período a Reserva cresceu mais de 400% em vendas digitais, conquistando mais de 400 milhões em vendas.
Essa é apenas uma parte do que aconteceu com Rony Meisler durante esses 15 anos de Reserva, mas fique atento pois teremos uma segunda temporada com ele aqui no meuSucesso completamente focada nesse período de reinvenção. Venha com a gente nessa jornada de conhecimento, ousadia e muita marra.