Comunicações desalinhadas ou expectativas desencontradas são as principais causas do descontentamento dos profissionais


Quando vejo empresas com altos índices de pedidos de demissão, sempre peço para analisar os dados das entrevistas de desligamento. Sabe quais são os motivos mais citados? Ausência de perspectivas de crescimento e relacionamento com a chefia. Comunicações desalinhadas ou expectativas desencontradas são as principais causas do descontentamento. 

Todo empreendedor sabe quanto custa – no sentido mais amplo da palavra – ter de recontratar alguém quando um talento se demite. Além das questões de ordem prática – perda de conhecimento, produtividade e referência – contratar um novo profissional requer: tempo, dinheiro e adaptação. Por isso, gostaria de insistir na questão do bom relacionamento entre líderes e liderados. Além de uma série de benefícios tangíveis e intangíveis, relacionamentos saudáveis trazem grandes economias – para dizer o mínimo. 

Ao longo da minha jornada, encontrei pouquíssimos líderes que não tinham boas intenções para com suas equipes. Por outro lado, vi incontáveis gestores bem intencionados, mas igualmente atrapalhados na condução do dia a dia com seu time. E é exatamente aí que mora o problema.

A chave está na clareza das intenções e no cuidado genuíno com as pessoas. Se um líder deixa claro para sua equipe onde a empresa está, aonde quer chegar e conta que esse objetivo só será atingido por meio da colaboração individual e coletiva desse grupo, já teremos meio caminho. A outra metade do caminho é cuidar – constante e ininterruptamente – das pessoas. E digo cuidar não só da performance, mas de sua motivação e desenvolvimento. 

Eu sei. Nosso dia a dia é uma loucura. Somos duramente pressionados pelo tempo, pelos resultados esperados por nossos stakeholders, etc. Mas, posso garantir que o tempo que se investe nas pessoas é imediatamente convertido em resultado. E não digo isso porque sou da área de Gestão de Pessoas, não. Digo por experiência e por uma questão de ordem prática, inclusive. Além de essa dedicação não ter preço, ela ainda pode salvar alguns milhões para o negócio. Basta perguntar a qualquer empreendedor que tenha altos índices de turnover, o quanto “custa” perder pessoas-chave. Muitas vezes achamos que ao privilegiar a entrega em detrimento de uma reunião de equipe, por exemplo, estamos privilegiando o negócio. O que minha experiência me diz? Não necessariamente. Quando nos dedicamos às pessoas, elas se dedicam a nós. Tê-las no barco é o que faz a diferença. Pode acreditar.

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Sofia Esteves

Fundadora e presidente do Conselho do Grupo DMRH, compartilha neste espaço o que há de mais novo em carreira e gestão de pessoas. Ideias, reflexões e tendências para impulsionar o desenvolvimento pessoal dos empreendedores e de sua equipe.