Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser, foi pego de surpresa quando do dia para noite teve de assumir a empresa do pai e seguir em frente com a insegurança dos colaboradores



Quando analisamos a história de empreendedores de sucesso é possível perceber elementos que chamam atenção e que demonstram características importantes sobre a forma de comandar um negócio. No meuSucesso sempre estudamos empreendedores dos mais diferentes perfis, segmentos e quando preparamos um Estudo de Caso desvendamos a origem e a cultura que fazem parte da realidade do empresário estudado.

A história de Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser, um dos maiores players do segmento de eletrônicos e de suprimentos de informática nacional, demonstra o quanto a cultura e os valores judaicos estão enraizados no comportamento do empreendedor. Além disso, vemos na trajetória dele a necessidade por assumir ainda tão jovem o negócio do pai e como foi preciso para ele construir uma imagem de líder. Abaixo separamos alguns dos pontos mais marcantes do primeiro episódio do Estudo de Caso.

Valores enraizados

Alexandre é descendente de poloneses e de judeus. Em sua infância sempre conviveu muito com as tradições judaicas, como é o caso do Shabat também grafado como sabá ou sabat, que é o nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo. “No judaísmo tem a ideia do Shabat. A gente vive nessa loucura do dia a dia, né? Celular o dia inteiro, redes sociais, carro, correria e o judaísmo convida as pessoas a parar todas as atividades, um dia por semana, e acender as velas e agradecer”, comenta o empreendedor.

A ligação com a família sempre foi bem forte e foi por incentivo do avô que Alexandre começou a trabalhar no negócio do pai, a Multilaser. Fundada em 1987, a empresa rapidamente cresceu e foi a primeira na América Latina a oferecer recargas de cartuchos de impressora, o que na época foi considerado uma grande inovação.

Transição de carreira: de executivo para empreendedor

Quando o administrador Alexandre começou a trabalhar na empresa de seu pai, a Multilaser, ele não sabia muito sobre como tocar um negócio. Ele já era formado em Administração e tinha trabalhado em multinacionais, mas na prática descobriu que "não sabia nada sobre empreendedorismo".

Ele havia passado por empresas renomadas como Unilever e Accenture, mas percebeu que muito do que aprendeu nesses lugares estava distante do que um dono de empresa tem que conviver no dia a dia, na rotina do negócio. “Quando cheguei a Multilaser, percebi que apesar das minhas especializações e experiências em grandes empresas, não sabia nada sobre empreendedorismo. Nunca tinha feito uma duplicata, não sabia preencher nota fiscal, o que era um holerite, atender clientes, fazer a empresa acontecer de fato”, lembra Alexandre em conversa com o PEGN.

Assumindo o negócio do pai

Após um pouco mais de um ano, Alexandre teve de enfrentar uma situação difícil e assumir o negócio do pai, que em um passeio na Costa Rica, após um mergulho, desapareceu. De uma hora para outra, ele teve de lidar com a insegurança dos colaboradores que viam um menino de 24 anos de idade assumindo um negócio que na época já era grande e empregava mais de 150 pessoas. As dúvidas começavam a surgir e a imagem de Alexandre ainda não passava confiança.

No segundo episódio da história de Alexandre Ostrowiecki abordamos como ele fez para dar conta da Multilaser e o início de sua sociedade com Renato Ferder, amigo de infância, que em conjunto com Alexandre, fez a empresa sair dos R$ 10 milhões de faturamento para R$ 1,2 bilhão por ano.

Curiosidades da trajetória de Alexandre Ostrowiecki

  • O pai de Alexandre via a Multilaser como o principal sustento da família, como o rendimento para sustentar os filhos e não como algo com o o objetivo de se perpetuar. Diferente da visão do atual CEO que pensa na empresa como uma forma de deixar um legado, de expansão e continuidade.
  • Como ato simbólico, após o desaparecimento do pai, Alexandre substituiu a mesa do pai pela dela como forma de demonstrar aos colaboradores que quem estava no comando era ele.
  • Durante 5 anos, após a morte do pai, Alexandre sempre tinha o mesmo sonho, em que seu pai voltava e não reconhecia ele e nem a empresa.

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