A competitividade é uma das forças mais poderosas dos negócios. É através dela que surgem inovações quem melhoram a qualidade dos produtos e serviços e, em última análise, transformam as vidas das pessoas. Mas esses processos também envolvem a morte de empresas ou até de indústrias inteiras. Com o tempo, o mercado fica saturado bens e serviços são comoditizados e tudo tende a implodir. Como uma empresa pode se antecipar e reformular seu negócio antes de ser destruída pela concorrência?
Os professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que lecionam estratégia corporativa na escola de negócios INSEAD, passaram 10 anos estudando os movimentos de vários mercados durante o último século e delinearam um modelo que se provou extremamente bem-sucedido: a estragégia do oceano azul, que deu origem ao livro de mesmo nome publicado em 2005. “Em vez de retalhar a demanda existente – não raro em processo de encolhimento – e de copiar os concorrentes, a estratégia do oceano azul se concentra em aumentar a demanda e em romper as fronteiras da competição em curso”, afirmam os autores no prefácio do livro.
O livro divide a ocupação de um mercado por competidores em dois ambientes: o oceano vermelho – competição ferrenha, baixas margens de lucro, comoditização – e o oceano azul – mercados livres de concorrentes, o que propicia maiores margens de lucro e valorização do produto.
No oceano azul, a empresa nada livremente sem predadores por perto e se posiciona de modo favorável, podendo criar novas regras para o mercado que ainda não haviam sido definidas. Ao mesmo tempo, podem proporcionar diferenciação de produto e menor custo para o consumidor. Empresas célebres que se diferenciaram por meio dessa estratégia são a Google, AirBNB, Uber e Cacau Show.
Características
Oceano vermelho
- Empresas competem em um mercado existente
- Empresas lutam para superar a concorrência
- Empresas exploram demandas existentes
- Conflito entre custo e valor
- Empresas precisam escolher estrategicamente entre diferenciação e baixo custo
Oceano azul
- Empresas criam mercados
- Competição torna-se irrelevante
- Empresas criam e capturam novas demandas
- Quebra do conflito entre custo e valor
- Empresas alinham as atividades em busca tanto da diferenciação quanto do baixo custo
Conceitos
1. Dados consolidados
A estratégia do oceano azul foi criada após dez anos de estudos sobre 150 movimentações estratégicas em 30 indústrias durante 100 anos. Portanto, é um recorte histórico e ao mesmo tempo prático, com base em dados científicos.
2. Une diferenciação e baixo custo
A lógica comum diz que produtos diferenciados têm preço de custo mais alto e, portanto, tendem a ser mais caros – sem mencionar a percepção de valor dos clientes. O oceano azul apregoa que produtos podem ser diferenciados e, ao mesmo tempo, mais baratos. Considere o exemplo clássico do Uber.
3. Cria novos mercados
Ao invés de trabalhar para superar o concorrente, uma empresa pode redefinir os limites da indústria. Com a criação de novas regras de mercado, reconfigura-se todo o cenário de competição que até então estava definido.
4. Baseia-se em ferramentas
Para implementar a estratégia do oceano azul, não basta catar artigos pela internet. É necessário conhecer a teoria e as ferramentas disponíveis que podem ajudar a visualizar e definir as estratégias.
5. É um processo
Grandes empresas não nascem da noite para o dia. A estratégia do oceano azul envolve várias etapas, como a avaliação do mercado, como explorar caminhos para a criação de novos mercados e como converter clientes, por exemplo.
6. Maximiza oportunidades e minimiza riscos
Basicamente cria o cenário ideal de atuação. A estratégia permite testar e validar novas ideias, além de mostrar como uma empresa pode explorar as oportunidades sem correr o risco de ser rapidamente devorada por concorrentes, como ocorre no oceano vermelho.
7. Coloca a execução dentro da estratégia
Quem é familiarizado com metodologias como o PDCA não vai se surpreender em ver que a estratégia do oceano azul embute a necessidade de ação e avaliação contínuas.
8. É uma partida onde todos ganham
Na estratégia do oceano azul, as três proposições estratégicas – valor, lucro e pessoas – são alinhadas. Dessa maneira, clientes, empresas, empregados e stakeholders tendem a serem beneficiados mutuamente.
INFOGRÁFICO
Para o Estudo de Caso de Alexandre Costa, fundador da Cacau Show, criamos o infográfico abaixo, que trata da estratégia do Oceano Azul. Confira:
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