Ter uma mente forte não significa ser autossuficiente


Força e fraqueza são opostos e um não existe sem o outro. O forte só existe se houver um parâmetro, o fraco. Um está no ponto mais alto da curva e o outro no mais baixo. Abaixo do que é normal, aceitável e esperado.

Certamente neurocientistas, psiquiatras, psicanalistas e outros profissionais, já se dedicaram à pesquisa e estudo sobre o que faz uma pessoa ser forte ou fraca mentalmente, mas mesmo que se descubra o quê, restará a dúvida se já nascemos forte ou fracos mentalmente.

Sabendo que é na primeira infância (período que vai desde a concepção até o ingresso na educação formal, no Brasil até os 6 anos de idade) que se desenvolvem 80% das conexões neurais, as quais determinarão como a pessoa será, podemos supor que nascemos com determinadas características favoráveis à força ou à fraqueza. Mas é a vida, são as experiências e o desenvolvimento nesta fase que definirão quem estará no ponto mais alto ou mais baixo da curva. Portanto, nos tornamos fracos, medianos (normais) ou fortes no decorrer da vida.

Para refletir sobre o que é ser forte e como se tornar forte, coloque-se nesta situação:

“A” foi gerado e nasceu em uma família com pai alcóolatra, em meio à violência doméstica de todo tipo. O casamento dos pais, passados muitos anos, se desfez. E, assim, a estrutura formal de família se alterou. “A” cresceu, mas desde os 9 anos de idade, em uma situação de tensão na escola, se propôs a ser o melhor em tudo o que fizesse.

Ao longo da vida colecionou adversidades que a maioria das pessoas desconhece: acidente de carro com dias na UTI e meses sem se mexer; doença com 3 anos de sofrimento; cirurgias decorrentes da doença; um ano de tratamento e várias condições restritivas originadas neste período; mais cirurgias e por fim, foi vítima da violência de maneira brutal, precisando de meses de tratamento até conseguir retomar a vida. Mas nunca, frente a tudo isso, houve abatimento. Ao contrário, sempre houve o propósito de aprender e seguir em frente, definindo a própria história.

Uma infância e vida anormal, formada por uma sequência de fatos indesejados, mas capaz de tornar uma pessoa realmente forte. Mas por que nossa personagem não assumiu atitudes autodestrutivas e não se abateu?

Ser forte não é ter coragem. É viver o que há pela frente de peito aberto e com disposição para enfrentar. É reagir de maneira realista, mas não pessimista aos fatos. É procurar soluções e novos caminhos. E acima de tudo, acreditar no próprio potencial de superação, sem medo de errar, com a certeza que sempre há um próximo passo a dar, mesmo que seja pequeno, mesmo que seja devagar, melhorando o que tem de melhor em si mesmo.

“A” só se tornou forte, porque em algum momento reconheceu a fraqueza em si mesmo. Não se comparou aos outros e não dedicou tempo à lamentação. Apenas desenvolveu a consciência de que ser forte ou fraco é ter momentos de fraqueza para se fortalecer depois. Ninguém é 100% forte. Todos teremos momentos de fraqueza. O que nos tornará fortes é a maneira como reagimos a eles. No final, cada um de nós, consciente ou inconscientemente, que determinamos o lugar que ocuparemos na curva.

Desenvolver essa força mental envolve aperfeiçoar sua capacidade de regular emoções para que elas não controlem você, administrar os pensamentos irracionais e substituí-los por pensamentos mais realistas e se comportar de forma positiva, apesar das circunstâncias. Para entender a força mental você precisa aprender como seus pensamentos, comportamentos e sentimentos estão entrelaçados, muitas vezes trabalhando juntos para criar uma perigosa espiral descendente.

Quando se tornar mentalmente forte, você vai oferecer ao mundo o melhor de si, vai ter a coragem para fazer o que é certo e ficar de fato confortável com quem você é e com o que é capaz de conquistar.

Aqui vai uma dica: ter uma mente forte não significa ser durão, nem que você ignore suas emoções nem tratar seu corpo como uma máquina. Amy Morin no seu livro “13 coisas que as pessoas mentalmente fortes não fazem” mostra algumas dicas de como superar atitudes autodestrutivas e enfrentar as dificuldades sem se deixar abater.

Esse texto é mais um trabalho em parceria com a minha amiga Marta Fujii.

Marta Fujii tem formação executiva Comunicação Social, é especialista em Relationship Marketing. Trabalha com marketing e comunicação de grandes empresas sempre estimulada pelo potencial humano de transformação. Tem 24 anos de experiência e atua fortemente no terceiro setor desde o ano de 2000.

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Paulo Campos

Tem 20 anos de experiência em soluções de aprendizagem (Ensinar, Aprender e Liderar). Desde 2000 já realizou mais de 1.800 palestras para 80 mil pessoas nos temas relacionados ao comportamento humano nas áreas de liderança, aprendizado de adultos e gestão de pessoas. É Mestre em Psicologia da Educação/PUC, Pós-graduado em Marketing e Comunicação/ESPM.