A comunicação entre o empregador e os colaboradores deve ser efetiva


Há duas verdades sobre a Comunicação com Empregados (se é que existem verdades absolutas!). A primeira refere-se aos CNPJs: nenhuma pessoa jurídica, independentemente do tamanho, da atuação ou história está inume aos impactos – bons e ruins – da referida disciplina. Já a segunda, ligada aos CPFs, é que toda pessoa, em qualquer cargo, que exerça algum tipo de ocupação profissional também sofre seus impactos.  Não se trata de reduzir pessoas e organizações apenas a números. Mas, sim, de reconhecer a amplitude do tema no mundo atual. Cabe, então, a seguinte reflexão: por que será que tanto a organização quanto quem nela atua está à mercê das nuances dessa comunicação – mais comumente conhecida por Comunicação Interna? 

A resposta é óbvia, mas não é simples. Óbvia, pois qualquer comunicação só se dá entre partes (ao menos, entre duas: o emissor e o receptor). Grosso modo, é preciso que haja, no início do processo comunicacional, uma entidade que fale – ou produza qualquer tipo de linguagem – e outra que receba, interprete e entenda tal conteúdo. Mas, atenção! É preciso gerar entendimento ao final. Se não for assim, não haverá comunicação. Ponto. 
E por que afirmar que tal dinâmica não é simples? Porque quando se pensa na Comunicação com Empregados, CNPJs e CPFs quase sempre possuem expectativas e necessidades diferentes quanto a ela. 

Do lado dos CNPJs recai a responsabilidade (de grande significado, contudo, baixíssima adoção) de promover uma Cultura Organizacional que não seja refratária à prática efetiva da Comunicação com Empregados. Aqui entra em jogo, principalmente (mas não apenas: o empenho da alta gestão em promover um ambiente onde o diálogo seja possível); a efetiva prática da transparência em relação aos temas que impactam o público interno (o que inclui comunicar aquilo que é, por vezes, difícil); o zelo pela coerência entre o discurso e a prática da liderança e, por fim, a manutenção em longo prazo de um planejamento estratégico para a área (isso significa – desculpem por lembrá-los disso, caros Diretores! – o aporte de recursos humanos e financeiros adequados).

Para que tudo isso aconteça, o primeiro passo é inserir a Comunicação com Empregados na gestão. A boa notícia é que todo esse esforço vale a pena, uma vez que organizações com uma Comunicação Interna estratégica têm empregados mais engajados. E alto índice de engajamento é tudo que qualquer CNPJ precisa: ele representa a queda de 48% dos acidentes de trabalho, 41% dos problemas de produtividade e 25% do turnover. E mais: é responsável pelo incremento em 22% da rentabilidade (dados da pesquisa State of the American Workplace do Gallup). 

Agora, e quanto a nós, CPFs, comumente angustiados com a vivência profissional? Como dito acima, estamos num dos lados do processo da comunicação, entretanto nos posicionamos de maneira passivada nessa relação. Ledo engano! A baixa consciência de que o conteúdo da Comunicação com Empregados é essencial para o desenvolvimento profissional (leia-se: crescimento e promoção!) nos induz ao erro. Isto porque estão implícitas no discurso da organização – corporificado em suas mensagens, canais oficiais e na prática da liderança – quais são as agendas de valor da companhia naquele momento de sua trajetória. Saber qual o caminho a ser trilhado, enquanto grupo, e qual o papel que devo desempenhar nesse percurso são pontos vitais. Só com domínio sobre tais assuntos será possível realizar um bom trabalho, que receberá o destaque e reconhecimento merecidos! Por isso, cabe a cada um afastar o fantasma do desinteresse e superar o preconceito com o “jornalzinho”. 

Por tudo isso, a comunicação interna precisa ser um processo contínuo e perene: quão mais estratégico for, maior sua atratividade; por consequência, maior será o interesse que desperta e isso significa mais conhecimento – o que leva ao engajamento e a participação ativa do empregado, tanto na trajetória da organização quanto em sua vida profissional.

Aprenda sobre vendas no meuSucesso.com. Experimente por 7 dias grátis.

Thatiana Cappellano

Especialista em Semiótica Psicanalítica (estudo da Clínica da Cultura) pela PUC de São Paulo, possui extensão em Comunicação Corporativa pela FGV, sendo bacharel em Relações Públicas pela FAAP. Atua no mercado de comunicação desde 2000. Atualmente é Vice Coordenadora da Habilitação em Relações Públicas da FAAP onde também é Coordenadora e Professora na Pós Graduação em Comunicação Interna. É coautora do livro "Comunicação Corporativa: Imagem e Reputação Favorável" e "Comunicação com Empregados: A Comunicação Interna sem fronteira"