A técnica consiste em realizar um cruzamento entre o índice de participação de um produto no mercado e seu índice de crescimento


Podemos definir a Matriz BCG como uma técnica amplamente utilizada para realizar análises em portfólio de produtos e também em unidades de negócio. Esse tipo de análise gráfica foi desenvolvida em 1970 por Bruce Henderson, especialmente para o Boston Consulting Group, companhia global de consultoria especializada em estratégias de negócios.

A técnica consiste basicamente na ideia de realizar um cruzamento entre o índice de participação de um determinado produto no mercado (market share) e o índice de crescimento do mesmo, baseando-se no ciclo de vida dos produtos. O objetivo é identificar características e alocar recursos, realizando um melhor planejamento estratégico e – consequentemente – determinando uma série de prioridades para esses produtos analisado, contribuindo para a formação de um melhor portfólio.

Com isso, a Matriz BCG é naturalmente dividida em quatro quadrantes, onde classificamos os produtos entre estrela, vaca leiteira, em questionamento e abacaxi. Cada aspecto desse é o responsável por representar e definir a combinação entres os índices de market share e o crescimento no mercado, onde o eixo vertical deve corresponder à taxa de crescimento no mercado e o eixo horizontal à participação nesse mesmo mercado.

Confira abaixo uma breve explicação sobre cada quadrante da Matriz BCG, organizada por Marcelo Toledo, autor do livro "Dono" e uma das principais referências do Brasil quando o assunto é startup:

A estrela 

Como explica Marcelo, esse quadrante representa os produto com boa participação de mercado e também "uma alta taxa de crescimento, advindo de uma indústria em expansão". Com o produto estrela definido, você precisará agora realizar mais investimentos nele, já que este obteve um melhor desempenho, comparado aos demais, levando em consideração características como o ciclo de vida do produto e os novos concorrentes no mercado.

Vaca leiteira

Aqui estão presentes os produtos com bom market share, mas com um crescimento negativo ou estável no mercado. Neste caso, o produto em específico não necessita de muito investimento pelo tamanho do seu market share. Assim sendo, o produto "estrela", citado no parágrafo anterior, deve migrar de forma natural para este quadrante após certo tempo de vida. A dica aqui é criar ações que retenham os clientes ainda interessados nesse produto, mantendo o máximo possível de qualidade e desempenho, evitando uma piora na classificação deste. 

Produtos em questionamento

Os classificados como "em questionamento" são os que têm taxa de crescimento positiva, mas baixa taxa de participação no mercado, trazendo a dúvida de investidores e incerteza do sucesso. "Por essa potencialidade de crescimento a sua empresa precisa fazer constantes investimentos; em pesquisas para sustentar a possibilidade de desenvolvimento do produto; investimentos em um melhor desempenho e também na sua divulgação. Esse produto está em uma fase que as pessoas precisam conhecê-lo, para indicar e fidelizar, gerando lucro. Após essa fase de consolidação no mercado, o produto tem como tendência a migração para o quadrante estrela", recomenda Marcelo Toledo.

O Abacaxi

O abacaxi é o típico produto que nenhuma empresa tem interesse em produzir ou comercializar. Ele tem uma taxa crescimento negativa e um baixo market share, o que resulta em uma mínima lucratividade. Com isso, na maioria dos casos, o melhor a se fazer é excluir esse produto do seu portfólio ou, em casos de serviços, encerrá-los de uma vez por todas. "Se esse item trouxer um declínio na lucratividade, mas, ainda assim, você perceber que pode tirar algum lucro dele, então, explore o máximo possível, mas não faça novos investimentos, pois visivelmente o produto está na fase final do seu ciclo de vida", orienta Marcelo Toledo.

Explicados os quadrantes, a recomendação que fica é a de sempre: cautela. Afinal de contas, a alta participação de mercado não é o único fator de sucesso e tampouco o crescimento de mercado é o único medidor do índice de atratividade. É preciso ter consciência de que utilizar a matriz BCG sem muito aprofundamento e conhecimento no setor pode acarretar a produção de dados enganosos, prejudicando o restante do planejamento empresarial. Além disso, especialistas apontam que é preciso prestar bem atenção ao resultado final para só assim tomar decisões, pois, às vezes, um "abacaxi" pode gerar mais receita que uma "vaca leiteira", dependendo unicamente da situação.

"Observe todos os seus produtos/serviços separadamente. É visível a rotatividade deles na matriz BCG de acordo com a fase em que ele se encontra no seu ciclo de vida. Após definir em que fase o seu produto está questione se ainda é rentável investir dele, e como investir para ele se tornar mais rentável, sem ignorar os concorrentes que influenciam no tempo de vida do seu produto", finaliza o especialista Marcelo Toledo.

Aprenda sobre vendas no meuSucesso.com. Experimente por 7 dias grátis.