Você já ouviu falar em inovação combinatorial? Esse termo foi cunhado pelo atual economista chefe do Google e professor emérito da Universidade da Califórnia: um sujeito bem cabeção chamado Dr. Hal Ronald Varian.
A ideia básica de Varian é que ciclos de inovação começam a acontecer de maneira mais acelerada quando podemos criar produtos e serviços inteiramente novos combinando peças em separado em cima de uma infraestrutura preexistente. Falando assim fica muito genérico. Vamos então a exemplos atuais de sucesso:
O Uber é um serviço de compartilhamento de motoristas em expansão para 250 cidades que foi avaliado em 41 bilhões de dólares no início desse ano. O motor do Uber funciona com a tecnologia de Maps (Google) somado a um mercado de motoristas disponíveis dentro de cada localidade para atender as necessidades de transporte dos passageiros. Pensando em termos de ideia e execução: Google Maps + Carros compartilhados = Uber.
A Khan Academy é um serviço de educação online global e sem fins lucrativos que produz conteúdo e exercícios práticos traduzido em 40 idiomas para 15 milhões de pessoas. A ONG iniciou suas atividades em 2006 quando o fundador começou a colocar no YouTube as aulas de matemática que produzia para sua prima. Repetindo a simplificação: Conteúdo educacional maneiro + YouTube = Khan Academy.
Dois exemplos contemporâneos matadores né? Se partirmos para uma ótica histórica sobre o mesmo assunto, Dr. Varian aponta que foi no século 19 que surgiu o conceito de utilização de “partes intercambiáveis” para criar coisas novas. Em alguns mercados houve a padronização de engrenagens, polias, correntes e outros componentes mecânicos usados para criar as máquinas daquela geração. Quando os componentes básicos de diversos fornecedores começaram a se encaixar e funcionar isso gerou uma explosão de inovação. As pessoas passaram a conseguir criar novas máquinas e mantê-las em funcionamento concebendo soluções e utensílios inéditos.
Essa explosão de momentos de intensa inventividade se repetiu em novas grandes ondas como a que foi gerada pelo surgimento do motor a explosão. Se renovou com os motores elétricos. No meio do século 20 foi o circuito integrado que acelerou o desenvolvimento da computação e das tecnologias de comunicação que estamos a desfrutar agora.
Todas essas revoluções tecnológicas antigas levaram décadas para que seus componentes se tornassem realmente confiáveis. Apesar da revolução da internet ainda ser recente, Hal Varian acredita que estamos em um período na história onde temos a nosso dispor “componentes de internet” por aí, prontinhos para acelerar os nossos negócios e viabilizar as idéias. Esses componentes são as tecnologias que alguns GVs já utilizam para construir seus blogs, e-commerces, sistemas de assinatura e outras plataformas que sustentam seus novos negócios.
Eric Schmidt é o atual chairman do Google e também acredita que a possibilidade de combinar componentes digitais para criar o novo irá mudar completamente indústrias inteiras nos próximos 10 anos. Quem não entender isso será atropelado justamente pela velocidade dessas tecnologias. Sem dúvida nenhuma essa é uma oportunidade para essa nossa geração hiper conectada.
O palpite de Schmidt é que a próxima grande companhia de 10 bilhões de dólares não será uma plataforma com tecnologia própria, feita do zero e fechada. Será sim criada a partir da combinação e remixagem de componentes e tecnologias de internet que estão por aí como peças de um grande LEGO digital para acoplarmos as partes servindo aos nossos negócios. O chairman enxerga o Google como um grande player fornecendo essa infraestrutura de componentes. Isso dá pistas fortes da visão de longo prazo incorporada pelo board da gigante de buscas de Mountain View.
Quanto à previsão do Schmidt a minha torcida é que próxima companhia gigante global feita com inovação combinatorial seja (1) fundada por um #GV e (2) tenha investimentos do fundo T-BDH Capital via meuSucesso.com. Vai ser lindo!
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