Há indícios de que o serviço poderia ser vendido; mas operação envolve riscos


Com resultados trimestrais abaixo da média e após uma demissão em massa, o Twitter sinalizou que o Vine, plataforma de vídeos curtos que goza de certa popularidade na Europa e EUA, seria descontinuado. Após o anúncio, várias empresas teriam se oferecido para adquirir o Vine, incluindo várias da Ásia, segundo uma reportagem do TechCrunch.

Os nomes das empresas interessadas não foram confirmados, mas rumores indicam que a japonesa LINE, especializada em jogos e mensagens instantâneas, seria uma das possíveis compradoras. O Twitter, segundo o site, estreitou o volume de proponentes de 10 para apenas cinco.

O anúncio de que o Vine seria descontinuado veio no dia 27 de outubro. No entanto, a rede social afirmou que iria manter os arquivos disponíveis e permitiria aos usuários baixar os conteúdos publicados. Após a declaração, pouco foi dito sobre a plataforma, o que é condizente com algo que está em negociação.

Segundo uma fonte não revelada pelo TechCrunch, uma das ofertas gira em torno de US$ 10 milhões, o que indica que o Twitter não vai lucrar com a venda do aplicativo. O Vine foi criado em junho de 2012 e adquirido pelo Twitter em outubro do mesmo ano, antes mesmo do lançamento oficial, por US$ 30 milhões.

Por outro lado, se um possível comprador conseguisse dar sobrevida ao aplicativo, o Twitter ainda poderia se beneficiar com a forte integração entre as duas plataformas. O conteúdo do Vine é reproduzido instantaneamente no Twitter, o que poderia estimular o engajamento dos usuários por meio de uma mídia cada vez mais usada e compartilhada na internet: vídeo.

O Twitter também poderia gerar receita a partir de anúncios de vídeos do Vine intermediados pela Niche, empresa que conecta anunciantes e influencers, adquirida pela rede social em 2015. De qualquer maneira, há formas de o Twitter lucrar com o Vine ao mesmo tempo em que reduz custos. Mas todo esses movimentos de negociações surgiram por conta do interesse da comunidade em manter o Vine vivo e funcionando.

Riscos

Se a operação for concretizada, as previsões podem ser fatalmente frustradas: um comprador poderia tirar todo o conteúdo do ar, prejudicar os tweets já publicados com vídeos do Vine e, em última análise, provocar a ira dos usuários. E a bomba poderia estourar no colo do Twitter, uma vez que as duas marcas são próximas e facilmente associadas na mente do consumidor.

Por isso, é de se esperar que o Twitter leve em conta a necessidade de manter os arquivos e a integração ao escolher o comprador.

Há a possibilidade de o Vine ser usado para competir com o próprio Twitter. Caso a empresa compradora consiga fazer com que a plataforma de vídeos curtos volte ao auge, o Twitter irá parecer incapaz de desenvolver um negócio dentro de sua especialidade. Tudo isso teria reflexos nos preços das ações.

O Twitter não comentou sobre o assunto.

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