Apostar em táticas de inovação é uma das formas mais promissoras de expandir os negócios. Já comentamos sobre 5 tipos de inovação para sua empresa decolar e, neste artigo, vamos focar em uma delas: a inovação de produto.
Essa tática é a mais reconhecida pelos consumidores, visto que envolve o surgimento de novos produtos ou a melhoria daqueles já existentes. Com foco no desenvolvimento e no aperfeiçoamento das funções do objeto, a inovação de produtos procura agregar valor tanto à mercadoria quanto à organização.
Inovação de produto x Novo produto
É importante prestar atenção ao fato de que os conceitos de inovação de produto e novo produto não são sinônimos, mas a diferença entre eles é sutil, o que pode gerar dúvidas durante o processo de implementação da melhoria.
Inovar um produto diz respeito a transformar positivamente alguns hábitos do consumidor (seja através de novos recursos ou vantagens que possibilitem a execução de uma tarefa de maneira mais simples e eficiente), enquanto a criação de um novo produto tem os objetivos de suprir a demanda do consumidor e de manter e aumentar a participação da empresa no mercado.
A linha tênue que separa os dois é justamente a filosofia empresarial de inovação: você pode lançar um novo produto que não oferece novas soluções ao público e não gera resultados para o mercado ou pode introduzir um novo objeto que tira as dores dos usuários de forma mais rápida e eficaz.
Por exemplo, enquanto fabricar um carro com as mesmas características dos modelos já existentes é criar mais do mesmo, um carro que dirige sozinho é uma das inovações desse ramo – como é o caso do carro inteligente, a nova revolução tecnológica dos automotivos.
Tipos de inovação de produto
Por meio de pesquisas e avaliações do seu produto, seu público-alvo e do mercado, é possível escolher em qual dos três tipos de inovação de produto apostar: radical, incremental e disruptiva.
Inovação radical
A inovação radical consiste em ideias de alto risco que demandam grandes investimentos. Através de mudanças drásticas de características, criação de novos mercados ou transformação de mercados existentes, a inovação radical é o motor para reorganizar aspectos econômicos e tecnológicos do mercado, desequilibrar produtos atuais e gerar novas categorias de produtos.
Por exemplo, há poucos anos as duas principais formas de hospedagem em viagens eram os hotéis e os hostels. Com o surgimento do Airbnb, essa lógica mudou. Atualmente, qualquer pessoa com um cômodo ou uma moradia livre pode ser um anfitrião para os viajantes, gerando uma baixa nos custos de um passeio e uma forma de renda para muitas pessoas.
Inovação incremental
Aprimorar os produtos aos poucos e com baixo risco são características da inovação incremental. O produto não se modifica de forma expressiva, mas apresenta avanços nos seus benefícios e impacta tremendamente os negócios. Baseada na melhoria contínua, a inovação incremental otimiza o negócio – através da redução de custos, estruturação de preços, participação do mercado, receita da empresa, entre outros – e reforça as competências dos produtos – por meio das melhorias constantes das mercadorias já existentes.
Um grande caso de inovação incremental são as escovas de dentes. É possível encontrar diversos tipos de escova em supermercados e farmácias, com melhorias no design e na utilização de novos materiais, por exemplo.
Inovação disruptiva
A inovação disruptiva cria uma perspectiva que antes não era considerada. Ela traz uma solução totalmente nova que transforma o tradicional em obsoleto. Um dos principais exemplos de inovação disruptiva é a Netflix, plataforma de streaming de filmes que superou o mercado de videolocadoras e é um grande concorrente dos downloads piratas por ser acessível.
Gestão da inovação
Ao lançar um produto inovador no mercado, você se difere das suas empresas concorrentes. Para continuar com essa vantagem competitiva enquanto os outros negócios não conseguem copiar a mudança é necessário cuidar da gestão da inovação.
A gestão da inovação é uma ferramenta estratégica multidisciplinar e multifuncional que abrange diversas atividades como o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, pesquisa e processos técnicos e organizacionais.
Uma gestão na inovação de produto eficaz permite que as empresas percebam rapidamente as tendências dos consumidores, sejam flexíveis em tempos de crise, protejam o mercado da entrada de novos concorrentes e explorem oportunidades de novos mercados.
Para isso, é possível adotar metodologias simples, se atentando às quatro etapas do processo de inovação de produto. São elas: busca (as empresas sabem onde procurar ideias que podem ser convertidas em oportunidades de negócios), avaliação da oportunidade (em termos de potencial total), desenvolvimento (no qual as empresas antecipam fatores críticos que levam cada oportunidade ao sucesso ou fracasso) e perseguição da oportunidade (etapa de desenvolvimento do plano estratégico que favoreça o sucesso e evite o fracasso).
Um Grão de Sonho: Inovação de produtos em ambientes tradicionais
Evaristo Barauna é fundador do Grupo Cereal, uma das principais empresas do agronegócio brasileiro. No início da sua jornada profissional, Evaristo já acompanhava as necessidades do mercado para se posicionar melhor e agregar valor ao que oferecia. Utilizar um mix de produtos como vantagem sobre a concorrência e a sustentabilidade como argumento para desenvolver novas soluções foi a grande sacada de Evaristo para se destacar no ambiente tradicional do agronegócio.
No Estudo de Caso “Um Grão de Sonho”, Evaristo compartilha como identificar e traduzir os desejos dos clientes para atuar de modo decisivo e imponente no mercado, através da inovação de produtos.