Entretanto, seis em cada dez empresas fecham as portas antes de completarem cinco anos


O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo. Entretanto, seis em cada dez empresas fecham as portas antes de completarem cinco anos de idade, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Muitos empresários só percebem que a empresa está à beira da bancarrota quando estão afundados em dívidas junto a bancos e passivos tributários.

Boa parte dessas empresas fecha as portas porque cometem erros básicos de gestão. Outras cometeram erros que as deixaram à mercê da crise econômica. Entretanto, cometer esses mesmos erros em épocas de bonança seria um risco para qualquer negócio. Confira abaixo os cinco equívocos mais sérios.

  1. Gestão ineficaz (ou inexistente) de estoque

Uma parte essencial da estratégia empresarial é o estoque. Para saber quais os produtos de maior giro e planejar as compras e negociações junto aos fornecedores, o empreendedor precisa conhecer seus clientes e o mercado onde atua. Se o produto que os clientes precisam quando estão prontos para abrir a carteira não estiver disponível, eles correm para o concorrente. E, quando quiserem substituir o produto, sequer vão pensar na sua empresa.

  1. Ausência ou precariedade nos processos

Em tempos de certificado digital e internet das coisas, ainda é comum encontrar empresas que usam processos manuais e não têm informações sobre os próprios clientes. São negócios que abrem as portas pela manhã e esperam que os consumidores entrem num passe de mágica. Todo negócio se sustenta no tripé pessoas + processos + tecnologia. É possível ganhar eficiência apenas redesenhando processos internos, sem gastar um centavo.

Processos administrativos nada mais são do que conjuntos de atividades que se relacionam e mantêm dependência entre si que trabalham em sinergia para transformar insumos em produtos e serviços. São quatro as funções principais dos processos: planejamento, organização, direção e controle.

  1. Falta de controle

Deixar que a empresa funcione ao sabor dos acontecimentos é um atalho certo para a falência. Inserir processos na rotina produtiva deve ser uma estratégia acompanhada do controle eficiente desses processos. O controle é a parte responsável por obter informações sobre o desempenho e comparar com o que foi planejado. Dessa maneira, é possível saber se metas foram atingidas, se há falhas e como corrigi-las.

O controle é composto de quatro atividades principais: definição de indicadores de desempenho, mensuração do desempenho por meio dos indicadores, comparação entre o previsto e o executado e adoção de medidas preventivas e corretivas contra os desvios detectados.

  1. Equipe desengajada

Empresários que se comunicam mal com seus funcionários correm um sério risco de ver a produtividade cair sem motivo aparente, mesmo com salários e benefícios pagos rigorosamente em dia. Não se trata apenas de cordialidade, mas de dizer diretamente o que espera de cada um dos funcionários, deixar claro que confia neles para obter o resultado desejado, lembrar que o sucesso da empresa é o sucesso de todos. E, por fim, dar um feedback apropriado. Sem isso, a equipe sentirá que não há propósito no trabalho e a produtividade geral cairá.

  1. Desconhecimento do mercado

Visão estratégica é uma das principais qualidades de empreendedores de sucesso. Para ter essa visão, é fundamental conhecer o mercado onde atua ou pretende atuar — isso significa definir quem são seus clientes, seus fornecedores e seus concorrentes. Se há uma demanda reprimida no mercado, então há clientes que querem desembolsar dinheiro, mas não encontram produtos ou serviços para isso. Se essa demanda é suficientemente atendida pela concorrência, é necessário criar um diferencial para o produto ou serviço que atraia o interesse dos clientes.

Empresários que ignoram essas variáveis e continuam a fazer mais do mesmo optaram por correr um sério risco de fechar as portas. E isso seguramente acontecerá cedo ou tarde.

Como saber se a empresa está a caminho da falência?

De acordo com o advogado e consultor de empresas Artur Lopes, existem pelo menos cinco indicadores de que as coisas não vão bem. "Se qualquer uma dessas situações ocorrer, há uma crise instaurada", alerta.

  1. Prejuízos sucessivos ou queda acentuada nos lucros;
  2. Acúmulo de passivos tributários;
  3. Aumento do endividamento bancário;
  4. Os fornecedores passam a ser pagos com atraso;
  5. Os funcionários deixam de receber em dia.

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