Colaborar não é só dar ideias, não é colocar a ficha na caixa de sugestões, não é receber um relatório informativo ou a premiação da super ideia. Colaborar exige interação entre as partes envolvidas, exige protagonismo na construção da solução.
Mas para podermos discorrer sobre o significado, faço a pergunta "O valor está no conhecimento técnico adquirido?” ou melhor "Quem sabe mais sobre um determinado assunto, tem mais valor?”
Provavelmente, a maioria de vocês responderá que sim, e de certa forma há uma razão para isso. Vivemos em estruturas piramidais (lê-se hierárquicas), o topo é “regado” de informações, conhecimento e confidências. Quanto mais eu galgo, mais acesso eu tenho, mais especial e poderoso me torno, pois tenho em minhas mãos algo que vale mais do que o dinheiro, tenho o poder da informação.
Estruturas hierárquicas são estruturas guerreiras, elas competem entre si, por isso a necessidade de se fecharem, excluindo os acessos à internet, emails e até pessoas (nos seus departamentos, andares, prédios, etc), portando o espaço para colaboração é mínimo e em alguns casos, nulo.
Por isso, é tão difícil sair do discurso para o ato. Quando abrimos espaço para a tão falada colaboração, de certo modo, abrimos mão da necessidade de resolvermos tudo sozinhos, temos que olhar para o outro como um igual (o ser humano que ele é) e horizontalizar as relações.
E aí, com o perdão da palavra, é que “a porca torce o rabo”.
O desafio do momento é percebermos, como sociedade, que o compartilhar não é um artigo de luxo para ser colocado nos discursos de marketing ou em workshops isolados, mas é uma necessidade básica de sobrevivência para as empresas.
Vivemos em um cenário de mudanças, e a velocidade é exponencial, a internet foi o viés técnico que democratizou o conhecimento. No instante que eu tenho uma ideia, centenas de outras pessoas estão tendo a mesma ideia – nosso cérebro funciona em rede, seres humanos se relacionam em rede. Em um mundo altamente conectado, a empresa isolada tende a ficar para trás.
Neste novo desenho, o valor passa a se deslocar novamente: não será apenas o “meu conhecimento individual” acumulado, mas sim “quanto mais eu compartilho, mais cresço”, pois mais preparado estarei para enfrentar o incerto, porque cada vez mais, será mais difícil predizer o futuro. Compartilho para aprender, aprendo para inovar e inovo para crescer.
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