Saber passar uma ideia é essencial para quem quer liderar


Vamos direto ao ponto. Duas pesquisas (sou louca por elas!):

1)    Comunicação ocupa o segundo lugar entre as competências mais desejadas de um líder (a primeira é inovar).
2)    Comunicação é a competência que os líderes mais precisam desenvolver 

É preciso dizer mais ou já está claro o recado?

Para além da disseminação de informações, a comunicação interna hoje tem o desafio de engajar o empregado. Isso significa manter um processo contínuo de diálogo, que permita a ele assimilar o propósito da companhia e optar (ou não!) em manter-se comprometido com as estratégias do negócio. 

Fácil? De forma alguma. 

Isso porque, além de a Comunicação Interna padecer dos “males naturais” da disciplina (ruído, excesso de informação, falta de frequência, inadequação de canal, multiplicidade de audiências, entre outros), ela tem que dar conta de um elemento a mais: o líder. Este é seu ponto crucial! 

O líder exerce papel de formador de opinião. Por isso, é preciso que ele reforce em seu discurso e atitudes a identidade da empresa (missão, visão e valores, sem falar em cultura e pressupostos). Adicionalmente, cabe a ele demonstrar ao time como cada um pode contribuir para o negócio. Ele personifica em si a própria corporação – e se ele é a própria empresa, o que ele faz e fala impacta diretamente no esforço da comunicação em manter uma identidade corporativa clara, coesa e íntegra. Essa é a forma que dá certo! 

Acontece que muitas vezes, a pessoa que está no cargo de liderança alcançou tal posição por ser tecnicamente competente, o que não implica no fato dela ter um skill de comunicação (ou, até mesmo, de gestão de pessoas). As empresas promovem seus melhores funcionários. Porém, ao ser promovido, este se depara com outra realidade, que exige dele conhecimento e ferramentas para gerir expectativas e o engajamento do time. 

Por isso que o tema liderança não deve ficar restrito às paredes dos departamentos de Recursos Humanos. É preciso ampliar a discussão para outras frentes, pois sua atuação é vital ao negócio como um todo.

Quando a empresa e a comunicação interna não treinam e capacitam seus lideres para exercer o papel de comunicador, o engajamento não será forte o bastante ao ponto de gerar resultados superiores aos acionistas. Pense nisso!

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Thatiana Cappellano

Especialista em Semiótica Psicanalítica (estudo da Clínica da Cultura) pela PUC de São Paulo, possui extensão em Comunicação Corporativa pela FGV, sendo bacharel em Relações Públicas pela FAAP. Atua no mercado de comunicação desde 2000. Atualmente é Vice Coordenadora da Habilitação em Relações Públicas da FAAP onde também é Coordenadora e Professora na Pós Graduação em Comunicação Interna. É coautora do livro "Comunicação Corporativa: Imagem e Reputação Favorável" e "Comunicação com Empregados: A Comunicação Interna sem fronteira"