Toda resposta do mercado nesse momento de pandemia é em cima da expectativa de que a desaceleração da economia seja muito forte com o impacto da crise.


Recentemente falamos aqui sobre investidores e empreendedores, sobre perfil investidor e, ainda, sobre a mentalidade de um investidor. Hoje, o mundo está enfrentando uma onda inesperada que atingiu a todos, em cheio, em um momento em que vários cenários da economia global estavam encontrando caminhos de crescimento.

Mas, com a chegada da pandemia de covid-19, o novo coronavírus, que surgiu na China ainda em 2019 e se alastrou pelo mundo em 2020, os investimentos em todos os cantos do planeta foram atingidos. Ninguém escapou. Vamos olhar este momento em que a subida é lenta e a queda, brusca, pensando que, ao passar por esse furacão, todos estarão com algumas lições apreendidas.

O Brasil tem hoje um recorde de investidores na bolsa de valores. No final de 2019, a B3 (Bolsa de Valores do Brasil) anunciou 1,5 milhão de CPFs cadastrados.

Lições para o investidor iniciante

Talvez esse aprendizado tenha chegado na prática, mas, o investidor iniciante precisa saber que:

  1. É necessária uma reserva de 6 a 12 meses para o custo dos investimentos;
  2. Deve valorizar com cautela a renda fixa – é uma boa ideia alocar uma parte dos recursos nessa modalidade que tem mais previsibilidade dos investimentos. Procure bons títulos com boas taxas; não é garantido, mas tem mais probabilidade das perdas serem menores, apesar de existirem (dos 16 tipos de fundos de investimento renda fixa, nove tiveram perdas em março/2020);
  3. Pensar a longo prazo – estude empresas que estão consolidadas e não apenas as que estão em alta. No longo prazo, o potencial de retorno se mantém nas consolidadas;
  4. Se informar intensamente sobre a aplicação que pretende fazer. Estude os riscos;
  5. Não apostar tudo que tem em ativos de risco (ações e renda variável);
  6. Ter clareza que o que rentabilizou no passado pode não rentabilizar no futuro;
  7. Ter noção de que você pode sair com menos do que entrou, não invista o recurso que precisa para o básico em sua vida;
  8. Perdas acontecem, esteja preparado para não desistir na primeira.

Como lidar com os investimentos nesse momento de coronavírus?

Com a maioria dos mercados financeiros caindo, os bancos centrais globais vêm adotando medidas quase diariamente para frear o colapso. Com certeza você já se pegou se perguntando: vale a pena resgatar o que está investido? Vou perder tudo? É a hora de comprar ações?  É um momento de respostas sem 100% de certeza, o Brasil vive um nível de desvalorização do real frente ao dólar, que não se via desde 2004, além da taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira baixar de 4,25% para 3,75%. 

Portanto, a dica é que sejam montadas, neste momento, posições de bolsa ao longo de seis meses, quando deve passar a turbulência do mercado. Resumindo: se for comprar, comprar aos poucos. E mais: é importante ter certeza que o setor que você está entrando vai sobreviver a esse tumulto todo.

Sobre resgatar as aplicações, é muito pessoal e a necessidade deve ser levada em conta, já que, não há resposta se vai continuar caindo ou se vai retomar em breve. A pergunta é: posso continuar arriscando e perder ainda mais? Mudar da renda variável para a fixa ainda pode ser uma alternativa. Tem ativos que ficaram muito baratos e vão sobreviver, por outro lado tem, também, ativos muito baratos, que talvez não tenham fôlego se a crise se agravar. São muitas incógnitas, não é mesmo?

Há o risco do investidor não receber dividendos?

O risco é real e é impossível prever o não recebimento de dividendos tanto de fundos imobiliários quanto de ações. Alguns nichos de mercado podem sofrer mais que outros. É importante questionar todas as premissas e avaliar caso a caso, já que toda resposta do mercado nesse momento é em cima da expectativa de que a desaceleração da economia seja muito forte com o impacto da crise.

É um bom momento para se tornar um investidor?

Há uma menor chance de prejuízo a longo prazo, sim. Mas se a sua ideia é para o curto prazo, aí, não é a hora. Se o mercado se move rápido, se mova devagar. O efeito pode ser danoso, um dia de mercado de investimentos pode ser desastroso. O momento é de cautela e volatilidade. As ações ainda têm muito espaço pra cair, é um período delicado. Busque ajuda de um profissional se quer entrar agora nesse jogo.

Mesmo as proteções mais usuais do mercado como ouro, tesouro americano e dólar, perderam aderência. Por isso, não funcionaram como ativos de proteção e também tiveram rentabilidades ruins nas últimas semanas.

De uma forma geral, a recomendação é que o investidor não tome decisões bruscas, principalmente, o iniciante! É hora de mergulhar nos estudos e aprender como investir, onde investir e de que forma fazer isso! O estudo de caso da Camila Farani, maior investidora anjo do Brasil, tem muito a ensinar para quem deseja entrar de cabeça nesse jogo. Que tal dedicar parte do seu tempo para se tornar um investidor? Experimente grátis por 7 dias!