A ideia da economia compartilhada parte do princípio de que as pessoas não precisam comprar algo que não usam 100% do tempo, elas podem pagar apenas pelo uso pontual de um bem.


Você tem aquela sensação que o mundo não para e não é por menos. A cada novo dia algo foi inventado, inovado, melhorado, reformulado. Já há algumas décadas que a sustentabilidade vêm ganhando força em todo o mundo na busca de poupar os recursos naturais do planeta, difundindo o consumo consciente e com ele, uma tendência ficou mais presente no Brasil e no mundo a partir do ano de 2008 – pós crise: a economia compartilhada.

Como fica possível deduzir pela nomenclatura, trata-se do compartilhamento das coisas, com a economia compartilhada, as pessoas encontraram uma forma de fazer mais com menos para aproveitar aquilo que é físico da melhor forma. A economia compartilhada promove o aproveitamento de recursos ociosos com ênfase no uso e não na posse. Ou seja, ela remete ao uso de um bem não somente por uma pessoa, mas por diversas. As pessoas pagam não para adquirir o bem, mas por cada uso dele – é o método de pagamento por uso, o pay per use. A ideia da economia compartilhada parte do princípio de que as pessoas não precisam comprar algo que não usam 100% do tempo, elas podem pagar apenas pelo uso pontual de um bem.

A economia compartilhada é uma forma, portanto, de se ter mais eficiência econômica ao mesmo tempo em que se tem maior sustentabilidade do uso dos recursos disponíveis entre as pessoas. No entanto, para que a economia compartilhada funcione bem, é fundamental que as pessoas envolvidas tenham consciência e desprendimento da necessidade essencial da propriedade privada – o desapego!

Ainda que a ideia de economia compartilhada possa parecer utópica para muitos setores, até porque algo assim precisa da quebra de hábitos e comportamentos tradicionais dos consumidores dessa indústria, ela pode ser factível em muitos casos.

Para que serve a economia compartilhada?

Bom, antes de mais nada, a economia compartilhada amplia o acesso a bens e serviços de uma forma sustentável e consciente. Os negócios que se baseiam nesse conceito têm três pilares: econômico, social e ambiental. Na prática, como isso funciona? Por exemplo, você usa seu carro sozinho todos os dias para ir ao trabalho, por que não dividir o trajeto com outras pessoas, já que isso geraria economia para você e para quem utilizasse contigo? O impacto de uma atitude simples assim seria menos carros nas ruas, menos poluição e um custo menor de utilização do automóvel. Essa é uma forma pessoal de praticar, mas isso pode sim se tornar um negócio e tem muita gente apostando nesse conceito.

Mais do que isso, a economia compartilhada impacta de várias formas, tornando vantajoso para os dois lados, quem usa e quem fornece, o famoso ganha-ganha. Ela também é capaz de reduzir os impactos negativos ao meio ambiente, incentivar o consumo sustentável e fortalecer o espírito de comunidade.

Dois exemplos bem conhecidos para que você possa associar esse modelo de negócio: Uber e Airbnb, ambos trouxeram agilidade, melhoraram o custo e promoveram disrupção nos setores que estão inseridos.

Tudo isso também tem a ver com cobranding e parcerias estratégicas

As parcerias estratégicas e o cobranding são aliados da economia compartilhada, isso porque, duas ou mais empresas podem se associar na prestação de serviços de locação. Empresas que se juntam, somam suas competências e podem, inclusive, dividir seus custos e tudo isso faz com que a melhoria seja contínua para o consumidor, o que gera mais demanda.

A economia compartilhada é totalmente disruptiva e vai contra a maré da publicidade que cria o desejo, o capitalismo que estimula a acumulação de bens e a indústria que não para de lançar a cada quatro meses coleções de carros, de moda, de estilos, de tendências. Para que a economia compartilhada seja implementada com sucesso, a inovação tem que ser sistêmica, ou seja, faz com que o seu meio seja modificado, impondo o novo, fazendo a mudança de mentalidade das pessoas.

Quero um negócio de economia compartilhada

Bom, abrir uma empresa com esse modelo de negócio ou adaptar a sua para esse conceito é possível, mas antes é preciso entender se isso é viável para o seu segmento.  O empreendedor pode se fazer algumas perguntas para checar:

a) Compensa atuar como produtor ou locatário do produto que produzo?

b) Posso atuar como intermediador de interessados ao invés de ter estoques disponíveis para alugar?

A investigação precisa ser maior ainda, propomos aqui mais algumas perguntas que o empreendedor deve se fazer nesse momento:

  1. O produto que eu vendo pode ser alugado?
  2. O produto que eu vendo, é utilizado pelo consumidor 100% do tempo dele?
  3. Compensa mais focar mais na produção do produto ou na locação dele? Isto é, o que é capaz de me oferecer mais lucratividade, modelos de locação de bens ou de produção de bens?

Se concluir que é viável pensar na construção de uma plataforma de negócios, o empreendedor deve entender que ele precisará também:

  1. absorver riscos e proteger o ecossistema – diante de reclamações, tente resolver antes e repassar o problema aos envolvidos;
  2. investir nos seus clientes e ajudar vendedores ou prestadores de serviço a prover algo de qualidade;
  3. estimular um sistema que se autorregule e que tenha suas políticas de convivência comunitária, assim quem romper com a confiança, o próprio sistema tem mecanismos prontos para punição desse indivíduo;
  4. criar taxas e regulamentações de usuários que respeitem as normas locais.

Estudo de caso traz a economia compartilhada

Para entender como funciona a economia compartilhada aplicada de forma real, nesse caso, em prédios residenciais, a trajetória de Alexandre Frankel, que está no ar no meuSucesso, traz esse conceito para o centro do debate em aulas específicas, pois é um dos pilares dos negócios tanto da Vitacon quanto da Housi, as empresas de Frankel, que apostaram nesse modelo e deu muito certo. Não dá pra perder esse estudo de caso rico em inovação, disrupção, economia compartilhada e muito mais! Ainda não é assinante? Experimente grátis por 7 dias!

Aline W de Paula