Veja os ensinamentos e insights que nosso colunista teve ao praticar boxe e levar seu primeiro soco no rosto


Esse é um dos grandes medos do ser humano, levar um morro na fuça. Grande parte das pessoas passam a maior parte da vida, ou até ela inteira sem levar nenhum, e imagina que é algo terrível. Mas, não sei se você já viu o filme Hollingans, em que o personagem principal, um aluno todo certinho que nunca tinha feito nada de errado, quando toma o seu primeiro soco na vida fala – Nossa, acabei de descobrir que meu rosto não é de vidro. Referindo-se que ele é mais forte do que pensava.

Deixe-me introduzir até com uma história pessoal, aos 20 e poucos anos comecei a fazer boxe, também era novo na carreira de consultor e palestrante. Portanto, eu comecei os treinos particular e depois tive que ir para uma academia. Quando estava lá, eu deixei claro para minha treinadora, que não queria lutar, pois poderia levar um soco no rosto e ficar roxo e como isso iria parecer na consultoria que tivesse que dar – Vamos falar a verdade, eu estava com medo, frouxo e arranjei uma desculpinha para fugir da real.

Fiz boxe, parei, voltei e quando estava em outra cidade morando, em mais uma volta ao boxe nessa nova academia, resolvi me aventurar e tomei meus primeiros socos. Não senti dor, pois o corpo estava quente, na verdade fiquei apenas irritado por ter errado e permitido alguém me acertar. O que notei foi que a prática do esporte ficou mais divertida e comecei a entender mais também.

Há alguns meses, mudei de lugar e entrei em uma nova academia e comecei a praticar luta livre – ou seja, agora vale socos e chutes. Logo de inicio já me atrevi a fazer as lutas com meus colegas de treino e comecei a aprender super rápido o esporte e aproveitar bem mais. Foi nesses dias que me veio esse insight sobre inovação, ousadia, carreiras e empreendedorismo. Tinha pouca gente no treino, e quase todos no final disseram que não podiam ficar para a luta, alegando as mais esfarrapadas desculpas como eu fazia. Ficou eu e um cara de 1,93 com mais de 100 kg, ou seja, o cara é 20 cm maior que eu e 20 Kg mais pesado. Eu olhei para ele e disse: “Eaí bora encerrar com uma luta” e ele aceitou.

A luta foi superboa, levei algumas bordoadas e acertei outras fortes também. Sinceramente, se eu fosse juiz poderia ter dito que foi empate a luta ou qualquer um de nós poderia ter ganho, foi equilibrada. Fiquei feliz, pois pratiquei com alguém em extrema vantagem sobre mim e encarei aquela como uma oportunidade de encontrar uma forma de diversificar e ser mais ousado.

Mas foi quando olhei no espelho e tomei aquele choque. Naquele momento, veio um grande aprendizado na minha vida – o meu olho estava com um super roxo, o primeiro de respeito, não por um tombo, uma luta boa, e meu lábio estava cortado.

Eu olhei para aquilo e me senti vivo. Pensei o quanto eu tinha ousado golpes diferentes para tentar compensar o aspecto de estar em desvantagem física, o quanto ter levado algumas porradas foram indícios de que eu tentei e botei a cara para bater. Se tivesse que fazer um vídeo ou uma palestra, aqueles eram sinais de alguém que praticava um esporte e tinha uma grande lição para conta.

Notei que para aprender e evoluir é preciso tomar vários socos na cara. Quanto mais você toma, mais aprende sobre melhorar e, principalmente, ganha coragem de saber que somos mais resistentes e fortes do que geralmente pensamos.

E isso não é praticamente o que precisamos para a nossa vida e empreendedorismo? Para você alcançar coisas incríveis nos negócios, precisa errar muito, levar chacotas, críticas, perder, ou seja, algumas boas bordoadas.

Mas, realmente nessa luta que você pode chegar a algum lugar. Ficar escondendo seu rostinho como um dia fiz, não fará você conhecer essa realidade. Não adianta se esquivar das criticas e deixar de vir para o ringue da vida. Você precisa colocar em prática aquilo que acredita, apanhar, levantar-se e ir novamente… Por incrível que pareça, você se tornará mais forte.

Pode até parecer doido isso, mas notar que posso levar socos e chutes fortes e que os machucados vão sarar fazendo com que eu fique mais forte e apto a encarar os próximos desafios foi uma das maiores lições de empreendedorismo e carreira que já tive.

Portanto, sugiro que você se movimente, não esconda a cara da vida, pois quem não entra na luta é a plateia e você não quer ficar vendo apenas a sua vida passar. Levar um soco não é tão ruim e certamente é MUITO, mas MUITO melhor do que não saber lutar.

Vi uma entrevista do Anderson Silva e ele disse que mais importante do que saber bater era saber apanhar. Acredito que isso tenha muito a ver com nossas carreiras e o empreendedorismo "são as quedas e os socos que você leva, os melhores aprendizados para se manter em pé e caminhar com mais destreza”.

Aprenda sobre vendas no meuSucesso.com. Experimente por 7 dias grátis.

Bruno Perin

Bruno Perin, empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Graduado em administração de empresas pela UFSM, especialista em Marketing Experience, pesquisador em Neuromarketing e Startups. Integrante do grupo dos 200 maiores talentos brasileiros pelo Virtvs Group, é referência marcante da nova geração no marketing, sendo responsável por várias campanhas impactantes nas redes sociais em 2011/12. Com experiências em palestras nacionais e internacionais, é considerado fomentador do empreendedorismo e da disseminação do conceito de startup no país. Conectado com os mentores desse tipo de programa no mundo, estuda o implemento e o funcionamento das startups, sendo apontado como evangelista da Geração Y/Z. É o grande nome do Neuroempreendedorismo no Brasil e um dos maiores incentivadores atualmente.