Ser promovido, principalmente para uma posição de liderança é muito bom, mas dá trabalho.


Um dos maiores desafios de carreira de qualquer profissional é a mudança de papel. Conheço poucos profissionais que afirmam, sem qualquer sinal de dúvida, que estão 100% satisfeitos com sua atual função. Muitos dizem que buscam uma promoção na empresa em que trabalham ou que pretendem abrir um negócio próprio. Mas o incomum é a clareza do impacto que essa mudança pode trazer. Ser promovido, principalmente para uma posição de liderança é muito bom, mas dá trabalho. 

Para começar, o gestor de “primeira viagem” terá que assumir uma postura de aprendiz e desenvolver sua resiliência para entender que não dominará todas as tarefas como antes. E o principal desafio será aprender “na prática” o que muda entre o atual papel e o anterior (analista, especialista, técnico etc).  
Durante esse aprendizado, é natural que ele sinta angústias e tenha muitas dúvidas. Algumas empresas investem no desenvolvimento de habilidades de liderança para novatos – mas, infelizmente poucas vezes isso acontece logo que assumem o cargo. Então, observar outros gestores e buscar novos conhecimentos pode facilitar essa adaptação.

Outro desafio é o profissional deixar de fazer atividades anteriores que sempre fez muito bem e, provavelmente, contribuíram muito para a tão sonhada promoção. É difícil deixar de fazer o que se domina e pelo o que se é reconhecido, mas o que trouxe esse profissional até aqui, não necessariamente garantirá o sucesso dele dali para frente. Delegar tarefas é o primeiro grande passo para se tornar um bom gestor. Aqui o que faz a diferença é dedicar tempo para conhecer bem cada indivíduo da equipe e distribuir as atividades condizentes com a capacidade de cada um. Essa é a grande “diferença” do novo cargo: entender que a entrega de resultados passará a ocorrer por meio de outros profissionais e não somente do trabalho individual.

Para que isso aconteça, é fundamental ter interesse genuíno no aprendizado e crescimento dos outros, mas só vontade e interesse não bastam. É recomendado buscar ferramentas ou cursos específicos e, principalmente, focar energia no autoconhecimento. Desconheço um bom gestor que não se conheça muito bem. Costumo dizer que um gestor nunca levará alguém do seu time para um lugar que nunca foi: é fundamental ter clareza de quais são seus pontos fortes e suas fraquezas. Uma ferramenta muito usada no desenvolvimento de líderes atualmente é o coaching.  Por ter uma abordagem centrada nas suas próprias necessidades e características, pode ser muito útil para aprofundar o autoconhecimento. 

Vale lembrar ainda que um gestor é um profissional com ”fala corporativa”. É alguém que fala em nome da empresa. E, se for um novo negócio, este cuidado deve ser redobrado, pois é por meio dele que nascerá a cultura da empresa e garantirá a fidelização de clientes e paixão do time. 

Para quem quiser aprofundar, o artigo “Por que alguém deveria ser liderado por você?” publicado na Havard Business Review por Robert Goffee e Gareth Jones, e que depois se transformou em um livro, enumera algumas características mais comuns dos líderes de sucesso. São elas: expõe suas fraquezas, conhece e demonstra seu diferencial, sabe ser empático (o que é bem diferente de ser simpático) com seu time e clientes internos e/ou externos e, por último, é muito observador, ou seja, coleta as informações ao seu redor facilitando a decisão de quando e como agir. 
E que a sua empreitada como novo líder seja muito proveitosa. Boa sorte!

Por Maíra Habimorad, presidente da Cia de Talentos

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